No dia 17 de julho de 2007, um avião da TAM sai da pista no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, cai na Avenida 23 de Maio, matando 199 pessoas, no maior acidente aéreo do Brasil até agora.
No dia 27 de janeiro de 2013, um incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, mata 242 jovens universitários, numa das maiores tragédias desse tipo ocorridas no mundo.
Dias atrás, a mídia publicou: "Radares da aeronáutica que fazem a segurança de voo estão sendo desligados por falta de dinheiro para sua operação e manutenção". O choque do avião da Gol com o Legacy na Amazônia deu-se em área onde não havia cobertura por radar. Com os radares sendo desligados, estamos transformando o Brasil em uma grande área remota com alto risco para as operações.
Após o incêndio da Kiss, milhares de boates foram fiscalizadas e fechadas. A maioria delas não cumpria a legislação vigente, que dirá a que estaria por vir. Hoje ouso perguntar: quantas boates estão funcionando dentro da lei sem colocar em risco seus frequentadores? Quantos aeroportos sem grooving, que evitam derrapagens com pista molhada, estão operando pelo país afora?
A comoção foi geral após as tragédias. Do presidente da República a vereadores de cidades do Interior, partiram exigências de justiça e de leis mais duras que eles próprios são os primeiros a não cumprir.
O caos da saúde pública, os assaltos, os assassinatos, as mortes em estradas mal feitas e mal conservadas, o descaso, a negligência, o lucro a qualquer custo, o roubo, a corrupção, o desrespeito ao cumprimento das leis, que diariamente nos deixam cegos, mutilam e matam, não conseguem mais nos sensibilizar.
É urgente resgatarmos nossa cidadania. Precisamos começar com uma Justiça mais célere e com leis menos lenientes. Acidentes não acontecem por acaso e não são culpa do destino.
Nove anos depois, o diretor de Operações e o diretor técnico da TAM, junto com a diretora da Anac, os únicos julgados, foram absolvidos em primeira instância. No caso da Kiss, um oficial bombeiro é o único, até agora, a ser responsabilizado pela tragédia.