Apesar dos transtornos, das longas filas e dos voos atrasados, são bem-vindas as novas determinações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para garantir segurança nos aviões. Se considerarmos o clima de apreensão internacional com o terrorismo, a proteção de passageiros e tripulantes tem que ser colocada como prioridade. Mas é impositivo que os novos procedimentos sejam acompanhados de maior eficiência por parte dos funcionários encarregados da inspeção de bagagens e da revista física, para que o ônus dos cuidados não recaia apenas sobre os usuários do transporte aéreo.
Não basta que a Anac recomende aos passageiros que cheguem ao aeroporto duas horas antes do embarque ou que facilitem a inspeção, retirando antecipadamente computadores portáteis e outros dispositivos eletrônicos de malas e mochilas, para não prejudicar a visualização por meio de raios X. Para normalizar a situação, é preciso que haja servidores em número suficiente para efetivar a inspeção com agilidade e eficiência – e que o tratamento dispensado aos viajantes seja civilizado.
Se a intenção é compatibilizar os procedimentos de inspeção nos aeroportos brasileiros ao nível de segurança de outros países, também deve-se esperar que o serviço de atendimento aos passageiros seja igualmente eficaz. O que não se pode aceitar é o abuso de autoridade por parte de funcionários que fazem a chamada operação-padrão para reivindicar melhorias salariais e vantagens corporativas, transformando os usuários do transporte aéreo em reféns de suas causas.