Seria melhor que não precisássemos celebrar a abertura e o funcionamento de um novo presídio, mas, considerando-se o clima de insegurança em que vive o país, é muito bem-vinda a Penitenciária Estadual de Canoas I, que levou seis anos para sair do papel e agora começa a funcionar parcialmente. Como bem evidenciou o prefeito Jairo Jorge, que superou resistências para levar adiante o projeto, a inauguração do complexo prisional tem o sentido emblemático de derrubar muros, pois ele nasceu de um acordo entre lideranças políticas de diferentes partidos e garantiu à comunidade canoense benefícios compensatórios consideráveis.
O mais importante, porém, é que a nova prisão não foi pensada para ser um depósito de presos, como outras existentes no Estado e no país. Em vez disso, pretende ser um espaço de efetiva ressocialização de criminosos, com lugares dignos para a segregação da sociedade e oportunidades de estudo e trabalho para os apenados. Para isso, será estabelecida uma parceria com a iniciativa privada, especialmente com as empresas que se instalarão no entorno do presídio, conforme programa de incentivos já elaborado.
A exemplo do que ocorre em países mais desenvolvidos, teremos em Canoas uma experiência de gestão compartilhada na administração da penitenciária. É de se esperar que as dificuldades financeiras do poder público não sirvam de pretexto para boicotar projeto tão promissor.