Editorial publicado antecipadamente no site de Zero Hora, na quinta-feira, com links para Facebook e Twitter. Enquete: 712 manifestações, 50 % sim, 50 % não. Os comentários para a edição impressa foram selecionados até as 18h de sexta-feira. A questão: Você concorda com o editorial que a prioridade do país nesse momento é o combate ao transmissor do zika vírus?
Mergulhado numa sucessão de crises, provocadas tanto pela deterioração política quanto econômica, para as quais é preciso buscar soluções eficazes e no devido tempo, o país precisa acordar, e logo, para uma verdadeira calamidade na saúde pública: a ameaça potencial do zika vírus. A particularidade de a doença estar associada à microcefalia e de já ter transformado em vítimas centenas de crianças e suas famílias em diferentes Estados é suficientemente grave para exigir a atenção de políticos perdidos em questões de interesse pessoal. Torna-se urgente mutirão unindo governo, classe médica e a sociedade em geral. Esse é o problema número 1 do país no momento e, por isso, não há como esperar que os demais se resolvam para só então atacá-lo com a rapidez e a eficiência exigidas.
Entre tantas questões relacionadas ao Aedes aegypti e sua associação com a zika, a dengue e a febre chikungunya - três doenças que matam e uma que ainda ataca o cérebro do bebê no útero da mãe -, preocupa sobretudo o fato de os boatos sobre a contaminação proliferarem mais ainda do que os mosquitos e muito mais do que as informações oficiais. Só em 2015, o Brasil já registra o nascimento de quase 2 mil bebês com má-formação craniana e cerebral. Por si só, esse número e o de famílias relacionadas aos casos confirmados já evidencia uma situação de calamidade pública.
Infelizmente, como admitem as próprias autoridades de saúde, o fato de se tratar de um problema recente e ainda pouco estudado faz com que haja muitas perguntas sem respostas. Ainda assim, é injustificável a disseminação de meias verdades e boatos até mesmo por redes sociais. Talvez em alguns casos até haja a intenção de ajudar preventivamente. Essas práticas, porém, só contribuem para espalhar terrorismo e para ajudar ainda mais na propagação do vírus.
Desde a confirmação da doença, da rapidez de sua disseminação e das sequelas que podem legar a tantas crianças pelo Brasil afora, o país tem se empenhado em fazer o possível para reduzir os danos. Não há razão para pânico, o poder público e os profissionais de saúde estão mobilizados contra o zika vírus, mas é preciso mais: a saída é um mutirão imediato de brasileiros contra o mosquito responsável por essa epidemia, que assumiu contornos emergenciais. O país precisa enfrentar seus problemas políticos, incluindo a corrupção, e econômicos, como inflação, baixo crescimento e desemprego, mas seu desafio número 1, hoje, se chama zika vírus.
O LEITOR CONCORDA
Oportuno é desafiador o editorial. Lamentável a nossa classe política, que fica preocupada com seus interesses pessoais de forma epidêmica. A verdadeira epidemia, que exige o engajamento de toda a nossa sociedade, é esta que, transmitida pelo mosquito, está provocando sequelas em milhares de futuros brasileiros e suas famílias.
JULIO ALFREDO ROSSI BOEHL - PORTO ALEGRE (RS)
Com tantas prioridades a fustigar nosso país, torna-se difícil dizer qual delas ocupa o primeiro lugar. Temos problemas de toda ordem e de todos os calibres. A mídia, cumprindo seu papel, quase não dá conta de manter a sociedade informada de tudo o que ocorre. Nomes exponenciais da nação continuam ladeira abaixo, relativamente à falta de ética e o envolvimento em atos de corrupção. A relação entre a presidente e o Congresso Nacional é a mais tensa possível, mas nada que impeça o vergonhoso "toma lá, dá cá". Acima de tudo, porém, está a proteção à vida e, nesse sentido, surge o combate ao transmissor do zika vírus e outros problemas da área da saúde que, saliente-se, não são poucos.
NATAL MARCHI - RIO DO SUL (SC)
Saúde sempre deveria ser a prioridade, juntamente com educação e segurança, e não somente no discurso.
RONIE COIMBRA (Via Twitter)
O LEITOR DISCORDA
Não. Pior que o vírus é a corrupção. Esta é a prioridade.
MARCIA NEVES PINTO - PORTO ALEGRE (RS)
Não. Há milhares de problemas muito mais urgentes, o que não quer dizer que deva ser relegado. Tenho medo que o diversionismo possa causar a desatenção das questões prioritárias.
BENJAMIN BARBIARO - PORTO ALEGRE (RS)
Tem que combaterem o "Dilma vírus", que está matando a população de fome de tristeza e de vergonha!
ANDREA LUISA DA ROSA CARDOSO (Via Facebook)