O governador José Ivo Sartori e o prefeito José Fortunati visitaram as áreas atingidas pelas enchentes e a população gaúcha já está envolvida num mutirão de solidariedade para amenizar o sofrimento dos desabrigados. Também o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, já manifestou a disposição do governo federal de ajudar o Rio Grande no que for necessário, tanto para o socorro aos atingidos pelas cheias quanto para a reconstrução da infraestrutura danificada. Ou seja: autoridades e cidadãos trabalham no mesmo sentido, como deve mesmo ocorrer numa emergência. Falta, porém, a prevenção, que deveria ser obrigatória na agenda dos administradores públicos e constar na pauta de cobrança da população.
Independentemente da crise financeira, o poder público tem o dever de agir num momento de emergência, não apenas dando prioridade à segurança e à saúde dos atingidos, mas também buscando amenizar os estragos das chuvas com ações que estão ao seu alcance, tais como a remoção das famílias desabrigadas, o conserto de rodovias e estradas avariadas e a implementação de um programa preventivo que evite a repetição dos problemas.
Nesse último item, as falhas são evidentes. Como bem lembrou ontem o ministro Occhi, o governador e os prefeitos gaúchos deveriam seguir o exemplo de Santa Catarina, que, após uma sequência de cheias em 2011, implantou programas de prevenção que incluem até mesmo um fundo financeiro para emergências, para ser usado pela Defesa Civil. Com isso, o governo e as prefeituras catarinenses desenvolveram técnicas que lhes permitem reconstruir pontes pré-moldadas de até nove metros em menos de duas horas. É um exemplo claro de que a prevenção atenua o esforço e evita o pânico na hora da emergência.