O Palácio do Planalto se manifestou, nesta quinta-feira (10), sobre a doação de R$ 1 milhão do diretório nacional do PMDB ao presidente Michel Temer, durante a campanha de 2014. A polêmica veio à tona após o empreiteiro Otávio Marques de Azevedo, da Andrade Gutierrez, declarar o pagamento do valor a título de propina ao PT. Depois, a defesa da ex-presidente Dilma Rousseff apresentou cópia de um cheque nominal a Temer, afirmando que o valor teria sido destinado ao peemedebista.
Questionado por jornalistas, o Planalto se manifestou dizendo que a doação, de fato, ocorreu, mas foi dentro da legalidade. “Trata-se de um cheque nominal do PMDB, repassado para a campanha do então vice-presidente Michel Temer, datado de 10 de julho de 2014. Basta ler o cheque. Reitere-se: não houve qualquer irregularidade na campanha do então vice-presidente Michel Temer”, afirmou o porta-voz da presidência, Alexandre Parola.
O PMDB já havia afirmado, em nota, que “sempre arrecadou recursos seguindo os parâmetros legais em vigência no país”.
O cheque nominal para Temer pode influenciar no julgamento das contas da campanha Dilma/Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O atual presidente quer que o julgamento ocorra em separado, pois defende que as provas de irregularidades são relacionadas a atos praticados pelo PT e por Dilma, e não por ele ou pelo seu partido.
O relator do processo no TSE, ministro Herman Benjamin, chegou a solicitar uma acareação entre o ex-tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho Silva, e de Otávio Azevedo. No entanto, desmarcou a audiência nesta quinta. O ministro entendeu que basta um novo depoimento do empreiteiro para esclarecer as divergências sobre a doação de dinheiro de propina à campanha.