O presidente da Assembleia Legislativa, Edson Brum (PMDB), confirmou na manhã desta segunda-feira (30) que já encaminhou à Corregedoria da Casa as denúncias apresentadas hoje pelo Ministério Público contra o deputado Mário Jardel (PSD). Enquanto o MP fazia buscas no gabinete do parlamentar, Brum disse que as falhas de alguns políticos não refletem o trabalho do Legislativo.
"Não dá para generalizar. A Assembleia tem 55 deputados que cumprem a sua missão", afirmou Edson Brum, ao reforçar que intensificou este ano a fiscalização do uso dos recursos pelos deputados.
Segundo ele, a Assembleia vai atuar com a mesma agilidade e transparência adotada no caso do deputado cassado Diógenes Bassegio. O pedetista perdeu o cargo após denúncias de que contava com funcionários-fantasma e de outras fraudes no exercício do mandato.
A Justiça autorizou que Jardel seja afastado do cargo por 180 dias, mas ele permanece com o mandato e recebe o salário. Nesse período, pode assumir o suplente, Tarcísio "Flecha Negra" (PSD).
O corregedor, deputado Marlon Santos, vai apurar as denúncias contra o deputado. Após análise na Corregedoria, o caso deve seguir para a Comissão de Ética.
Em dois meses de apuração, tendo o deputado e ex-jogador como principal investigado, o MP apurou indícios de crimes como concussão, peculato, falsidade documental, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Também é investigado o financiamento ao tráfico de drogas com dinheiro público desviado do parlamento.
A partir dos indícios coletados na Operação Gol Contra, o MP obteve na Justiça a ordem de afastamento de Jardel das funções parlamentares por 180 dias. Agora cabe à Comissão de Ética da Assembleia analisar o pedido.
Nesta manhã, por autorização da Justiça, o MP faz buscas no gabinete do deputado, na casa dele, na casa do chefe de gabinete, Roger Antônio Foresta, e em endereços de funcionários fantasmas, que receberiam salário do parlamento sem trabalhar, além de emprestar os nomes para outros desvios.
Há indícios de que Jardel exigiria percentuais dos salários dos funcionários de seu gabinete e da bancada do PSD e fraudaria diárias de viagem e valores de indenização veicular, além de manter funcionários fantasmas no gabinete. Com o esquema, ele lucraria entre R$ 30 mil e R$ 50 mil mensais. Até o aluguel do apartamento em que vivem a mãe e um irmão do jogador seria pago com dinheiro extorquido dos funcionários.