O presidente do PSB, Roberto Amaral, afirmou nesta sexta-feira (15) que a executiva do partido só vai se reunir para definir o substituto de Eduardo Campos na chapa à presidência da República após a missa de sétimo dia - que deve ocorrer na próxima terça-feira. Os restos mortais de Campos, que morreu na última quarta-feira, devem chegar no Recife até amanhã.
“A executiva do partido é quem vai decidir e ela só vai se reunir depois do enterro e da missa do sétimo dia”, afirmou Amaral em entrevista ao Gaúcha Atualidade.
Contrariado com manifestações de integrantes do PSB sobre quem deve ser o candidato, Amaral disse que considerava uma “indignidade” o fato de discussões políticas estarem acontecendo enquanto o sepultamento ainda não foi realizado.
“O PSB, no momento, está de luto, preocupado em enterrar Eduardo Campos e prestar-lhe as homenagens que lhe são devidas”, explicou.
Sobre a manifestação do irmão de Eduardo Campos, Antonio Campos, que recentemente disse que Marina Silva deveria ser a candidata à presidência da República, Roberto Amaral minimizou. “Isso é um problema dele, qualquer militante pode ter opinião”, disse.
O presidente do partido, Roberto Amaral, confirmou que os dois primeiros programas do PSB na propaganda eleitoral obrigatória, que terá início na próxima terça-feira (19), serão dedicados a Eduardo Campos. Ele afirmou que já orientou a equipe que prepara a propaganda para isto.
Sepultamento
Roberto Amaral afirmou que a liberação do atestado de óbito das vítimas é aguardada para ocorrer entre hoje e amanhã. Assim, os restos mortais das vítimas devem chegar em Recife no sábado, quando o velório teria início, e o sepultamento ocorreria no domingo.
Morte de Campos
O candidato à presidência da República Eduardo Campos, 49 anos, morreu em acidente aéreo na manhã no dia 13 de agosto, em Santos, no litoral de São Paulo. O jato particular onde o político estava caiu sobre uma área residencial e atingiu três casas. Outras seis pessoas morreram na tragédia.
De acordo com a Aeronáutica, a aeronave era um Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, que havia decolado do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao Aeroporto de Guarujá (SP). Quando se preparava para pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com o jato.
Nascido em Recife, em 10 de agosto de 1965, Eduardo Henrique Accioly Campos era economista. Em sua trajetória, foi secretário estadual, deputado federal, ministro da Ciência e Tecnologia e governador de Pernambuco por dois mandatos. Em abril deste ano, renunciou ao cargo para concorrer à Presidência, um ano após o seu partido, o PSB, romper com o governo Dilma.
Eduardo Campos era candidato pela coligação Unidos Pelo Brasil, que congregava seis partidos, tendo como vice a ex-senadora Marina Silva. Nas pesquisas, aparecia em terceiro lugar na disputa pelo Palácio do Planalto.
Campos era casado com a economista e auditora do Tribunal de Contas do Estado Renata Campos, com quem teve cinco filhos.