Lideranças do PSB participaram de uma reunião nesta quinta-feira (14) no Instituto Médico Legal (IML) da capital paulista, para onde foram levados os restos mortais de Eduardo Campos e das outras seis vítimas do acidente aéreo em Santos, na manhã de quinta-feira (13). Na saída do prédio, o deputado gaúcho e candidato a senador Beto Albuquerque falou com a imprensa em nome do grupo em tom de decepção.
Segundo Beto, a previsão mais otimista de liberação dos corpos é no sábado. No entanto, ele afirmou que já se trabalha com a hipótese de realizar o sepultamento no domingo ou até na segunda-feira.
Conforme relato do repórter de Zero Hora Rodrigo Lopes, as lideranças do PSB saíram do IML em clima de consternação, já que os peritos confirmaram a dificuldade no trabalho de identificação dos corpos. Análises de DNA serão feitas e o partido se comprometeu a realizar o translado de todos os corpos ao mesmo tempo.
Uma reunião será feita amanhã para avaliar os trabalhos dos peritos e confirmar a previsão de liberação dos restos mortais.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, reafirmou que o velório de Campos será na sede do governo de Pernambuco e que o enterro será no mesmo jazigo do avô dele, Miguel Arraes. Ele ainda agradeceu, em nome da família de Eduardo Campos, as orações e mensagens de apoio recebidas.
Morte de Campos
O candidato à presidência da República Eduardo Campos, 49 anos, morreu em acidente aéreo na manhã no dia 13 de agosto, em Santos, no litoral de São Paulo. O jato particular onde o político estava caiu sobre uma área residencial e atingiu três casas. Outras seis pessoas morreram na tragédia.
De acordo com a Aeronáutica, a aeronave era um Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, que havia decolado do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao Aeroporto de Guarujá (SP). Quando se preparava para pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com o jato.
Nascido em Recife, em 10 de agosto de 1965, Eduardo Henrique Accioly Campos era economista. Em sua trajetória, foi secretário estadual, deputado federal, ministro da Ciência e Tecnologia e governador de Pernambuco por dois mandatos. Em abril deste ano, renunciou ao cargo para concorrer à Presidência, um ano após o seu partido, o PSB, romper com o governo Dilma.
Eduardo Campos era candidato pela coligação Unidos Pelo Brasil, que congregava seis partidos, tendo como vice a ex-senadora Marina Silva. Nas pesquisas, aparecia em terceiro lugar na disputa pelo Palácio do Planalto.
Campos era casado com a economista e auditora do Tribunal de Contas do Estado Renata Campos, com quem teve cinco filhos.