Os candidatos ao Palácio Piratini, o governador Tarso Genro (PT), a senadora Ana Amélia Lemos (PP) e o ex-prefeito de Caxias do Sul, José Ivo Sartori, suspenderam as agendas de campanha em função da morte do candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB).
José Ivo Sartori
O candidato José Ivo Sartori (PMDB), que apoiava e tinha apoio de Eduardo Campos (PSB), também suspendeu todas as atividades de campanha. Sartori disse que conversou pela última vez com Campos na Rádio Gaúcha, quando o candidato à Presidência da República falou ao Gaúcha Atualidade.
"Era uma pessoa alegre, parecia um guri que tem sonhos, que tem ideiais, que queria um país melghor, que queria fazer mudanças no plano social, econômico. Isso alimentava sonhos e convicções de muita gente", lamentou.
Tarso Genro
O governador Tarso Genro cumpria agenda de campanha em Charqueadas quando soube do acidente que deixou sete mortos, entre eles o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Ao receber a notícia, Tarso se deslocou ao Palácio Piratini e decretou luto oficial de três dias no Estado.
"Fui ministro com Eduardo Campos. É um grande brasileiro e é uma grande perda humana, para a política, para a democracia brasileira e para a família", disse Tarso, em breve manifestação no Palácio Piratini.
Ana Amélia Lemos
A senadora Ana Amélia Lemos (PP) também decidiu suspender toda a programação entre hoje e amanhã (14). "Isso muda o quadro nacional e nos abala tão profundamente que não há condição nenhuma de fazer qualquer atividade política", explicou.
A candidata ao Piratini falou do alto nível de estresse a que estão submetidos os candidatos em campanha eleitoral.
"Nós viajamos de helicóptero muitas vezes pelo interior do Estado, para chegar a tempo nos compromissos. Temos vivido esse drama com cerração, com problemas de clima", relatou.
Vieira da Cunha
O candidato ao governo do Estado pelo PDT, Vieira da Cunha, se disse chocado e muito triste em entrevista à Rádio Gaúcha.
"É uma lacuna que dificilmente será preenchida, pela estatura política e liderança. Embora muito jovem, Eduardo Campos já ocupava grande espaço no cenário político nacional, tanto que era candidato à Presidência da República".
Morte de Campos
O candidato à presidência da República Eduardo Campos, 49 anos, morreu em acidente aéreo na manhã desta quarta-feira (13), em Santos, no litoral de São Paulo. O jato particular onde o político estava caiu sobre uma área residencial e atingiu três casas. Outras seis pessoas morreram na tragédia.
De acordo com a Aeronáutica, a aeronave havia decolado do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao Aeroporto de Guarujá (SP). Quando se preparava para pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com o jato.
Nascido em Recife, em 10 de agosto de 1965, Eduardo Henrique Accioly Campos era economista. Em sua trajetória, foi secretário estadual, deputado federal, ministro da Ciência e Tecnologia e governador de Pernambuco por dois mandatos. Em abril deste ano, renunciou ao cargo para concorrer à Presidência, um ano após o seu partido, o PSB, romper com o governo Dilma.
Eduardo Campos era candidato pela coligação Unidos Pelo Brasil, que congregava seis partidos, tendo como vice a ex-senadora Marina Silva. Nas pesquisas, aparecia em terceiro lugar na disputa pelo Palácio do Planalto.
Campos era casado com a economista e auditora do Tribunal de Contas do Estado Renata Campos, com quem teve cinco filhos.