Aos poucos, a rotina dos 2,5 mil habitantes de Faxinalzinho, no norte do Estado, volta à normalidade, embora a Brigada Militar continue com efetivo reforçado na região. Nesta quarta-feira (14), as aulas foram retomadas sem incidentes após suspensão motivada pelo clima de tensão devido à morte de dois agricultores por indígenas no dia 29 de abril.
Segundo balanço da Secretaria de Educação do município, 80% dos cerca de 700 alunos das redes municipal e estadual voltaram às salas de aula.
A 17ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) fez reuniões e definiu um novo calendário letivo para recuperar os oito dias perdidos. Serão feitas aulas em julho e aos sábados para garantir o cumprimento das 300 horas previstas para 2014.
Segundo a professora Carla dos Santos, a metade dos indígenas não foi às aulas hoje. "Sentimos que no turno da tarde, quando a maioria deles tem aulas, muitos não apareceram", afirma. Na semana passada um dos caciques da região afirmou que iriam reter as crianças na aldeia pois muitas delas relataram atritos com os colegas na cidade após o conflito do final de abril.
Hoje estão sendo ouvidos os cinco indígenas presos na sexta-feira passada em Faxinalzinho suspeitos da morte dos agricultores. A Polícia Federal afirma que pretende cumprir 'assim que possível' os três mandados de prisão expedidos pela Justiça Federal de Erechim contra outros indígenas do norte gaúcho.
Não houve novos protestos na região e todas as estradas estão liberadas. A Federação das Organizações Indígenas aguarda por uma reunião com o Ministério da Justiça para tratar da demarcação de reservas na região.