O procurador da República Ivan Cláudio Marx, que é responsável pelos processos criminais resultantes da Operação Rodin, disse que ainda precisa analisar a sentença para saber se vai recorrer em relação a eventuais crimes que não tenham sido atribuídos aos condenados. Admite, no entanto, que já esperava uma condenação em massa.
"Cai por terra aquelas afirmações que o Ministério Público inventou a Operação Rodin. Por tanto, o Judiciário afirma que os crimes foram cometidos", afirma o procurador.
Sobre os absolvidos Francisco Fraga, Gilson Araújo e Lenir Fernandes, também pretende analisar a decisão, mas admite que já esperava que isso pudesse acontecer.
"Agora vamos avaliar os fundamentos da decisão, para aí sim sabermos se vamos recorrer", conclui.
O advogado de Flávio Vaz Neto, Paulo Moreira de Oliveira, disse que ainda não sabe por quais crimes seu cliente foi condenado, mas que certamente vai recorrer. O advogado de Carlos Ubiratan dos Santos, Guilherme Abrão, garante que seu cliente agiu corretamente e dentro da lei na época das contratações pelo Detran das fundações.
"Na época que ele administrava o Detran, as constatações foram feitas inclusive somente após pareceres da Procuradoria Geral do Estado", destaca.
O advogado de Lair Ferst, Lucio de Constantino, afirma que precisa avaliar algumas questões estratégicas para decidir se vai apresentar apelação. Sobre Rosana Ferst, Cenira Ferst, Elci Ferst e Alfredo Pinto Telles, que também são seus clientes, o advogado adianta que vai recorrer da sentença. O advogado de José, Ferdinando e Fernando Fernandes e de Luciana Carneiro, Bruno Seligman de Menezes, classificou a sentença como populista, demagógica e ilegal. Também que tem certeza que a sentença não se sustenta nos tribunais superiores.
O advogado do ex-reitor da Universidade Federal de Santa Maria Paulo Jorge Sarkis afirma que as penas são exageradas e desproporcionais e que vai recorrer. Fábio Fayet classificou a sentença com "espetacularização por parte da Justiça" e que considera seu cliente inocente. O advogado de Luís Paulo Rosek Germano, José Antônio Paganella Boschi, adianta que vai recorrer da decisão. Que ainda não teve acesso à sentença, mas que tem a expectativa de que a decisão seja modificada nos tribunais superiores.
A Defensoria Pública da União defende Eduardo Redlich João. O defensor responsável pelo processo não foi encontrado. A Rádio Gaúcha segue tentando ouvir os demais condenados.
Sobre outros réus dos processos criminais resultantes da Operação Rodin. O advogado do ex-deputado Luís Fernando Záchia, Marco Antônio Barbosa Leal, disse que a ação contra seu cliente está na fase final para poder ser julgada. Sobre o deputado Frederico Antunes, os autos foram encaminhados para a Procuradoria-regional Federal da Quarta Região, órgão competente para apresentar eventual denúncia contra deputados estaduais.
Sobre João Luís Vargas, ex-presidente do TCE, o processo criminal segue tramitando na Justiça Federal de Santa Maria. Sobre Delson Martini, ex-secretário do Governo Yeda, ele foi retirado do processo criminal, assim como a própria governadora Yeda Crusius. Sobre o deputado federal José Otávio Germano, as provas contra ele foram consideradas ilegais pelo STF, por terem sido obtidas sem a autorização da corte. O STF é a corte responsável por julgar processos criminais contra parlamentares federais. Além desses processos criminais, também segue tramitando o processo de improbidade administrativa contra os envolvidos na fraude.