O titular do Comando Militar do Sul, general Carlos Bolivar Goellner negou que as honras que serão prestadas aos restos mortais de João Goulart, nesta sexta-feira (06), em São Borja, sejam uma reparação histórica do Exército brasileiro, que atuou no Golpe Militar de 1964 e depôs Jango da presidência da República. "Não há erro histórico, a história não comete erro. A história é a história. Estamos cumprindo um preceito regulamentar, são honras previstas no regulamento das Forças Armadas", afirmou.
O general também negou que João Goulart tenha sido enterrado como cidadão comum. "Ele nunca deixou de ser presidente". Goellner ainda afirmou que a participação do Exército na cerimônia tenha algum significado maior. "Nenhuma modificação pro Exército. As instituições não mudam na história, as pessoas mudam", disse em entrevista na manha de hoje.
O contraponto às declarações do militar coube ao senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP), um dos políticos presentes ao aeroporto João Manoel, de onde partirá o cortejo fúnebre do ex-presidente. Para ele, o que ocorre hoje em São Borja é uma forma de reestabelecer as honras negadas a Jango quando ele foi sepultado, há exatos 37 anos. Citando Chico Buarque, afirmou que "a história é um trem de alegria que atropela todos aqueles que a negam".