O governo brasileiro manifestou "grande preocupação" e disse que "deplora os recentes episódios de prisões, de ameaças e de perseguição a opositores políticos" na Venezuela.
Em nota publicada na manhã deste sábado (11), o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) se manifestou sobre a atual situação da Venezuela e as recentes prisões de opositores do presidente Nicolás Maduro. Há dois dias, a principal líder da oposição, Maria Corina Machado, foi detida por algumas horas durante um protesto em Caracas. "É fundamental que se garantam a líderes da oposição os direitos elementares de ir e vir e de manifestar-se pacificamente com liberdade e com garantias à sua integridade física", diz a nota (leia a íntegra abaixo).
Maduro tomou posse na sexta-feira (9) para o seu terceiro mandato como presidente, em uma cerimônia esvaziada de chefes de Estado e governo. O presidente Lula não compareceu à cerimônia, onde o Brasil foi representado pela embaixadora em Caracas, Gilvânia Maria de Oliveira.
O Itamaraty afirmou que reconhece os gestos de "distensão" do governo Maduro, como a liberação de 1,5 mil detidos nos últimos meses e a reabertura do Escritório do Alto Comissário de Direitos Humanos das Nações Unidas na capital venezuelana, mas que acompanha a situação com grande preocupação.
Leia a nota na íntegra
"O governo brasileiro acompanha com grande preocupação as denúncias de violações de direitos humanos a opositores do governo na Venezuela, em especial após o processo eleitoral realizado em julho passado.
Embora reconheçamos os gestos de distensão pelo governo Maduro – como a liberação de 1.500 detidos nos últimos meses e a reabertura do Escritório do Alto Comissário de Direitos Humanos das Nações Unidas em Caracas, o governo brasileiro deplora os recentes episódios de prisões, de ameaças e de perseguição a opositores políticos.
O Brasil registra que, para a plena vigência de um regime democrático, é fundamental que se garantam a líderes da oposição os direitos elementares de ir e vir e de manifestar-se pacificamente com liberdade e com garantias à sua integridade física.
O Brasil exorta, ainda, as forças políticas venezuelanas ao diálogo e à busca de entendimento mútuo, com base no respeito pleno aos direitos humanos com vistas a dirimir as controvérsias internas".