A Cruz Vermelha Internacional pediu, nesta quarta-feira (8), "acesso seguro e sem obstáculos" à Faixa de Gaza, devastada por mais de um ano de guerra, para que a ajuda humanitária seja entregue.
As fortes chuvas deixaram inabitáveis os abrigos improvisados de milhares de pessoas na região, com até 30 centímetros de água dentro das barracas, de acordo com um comunicado da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC).
"Sem acesso seguro, as crianças morrerão de frio, as famílias passarão fome e os trabalhadores humanitários não poderão salvar vidas", alertou o secretário-geral da IFRC, Jagan Chapagain, no comunicado.
De acordo com uma contagem da ONU, 333 trabalhadores humanitários foram mortos na Faixa de Gaza desde o início do conflito, que foi desencadeado por um ataque sem precedentes do movimento islamista palestino Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023.
"Reitero com urgência meu apelo para que seja fornecido um acesso seguro e sem obstáculos aos trabalhadores humanitários, para que possam prestar ajuda que salva vidas", insistiu Chapagain.
A IFRC lamentou que oito bebês tenham morrido de frio, enfatizando "a gravidade da crise humanitária".
As pessoas deslocadas vivem em barracas improvisadas e sofrem com a falta de alimentos, combustível e medicamentos.
A ONU vem alertando há meses sobre o risco de fome nesse território pobre e superpovoado.
De acordo com a Cruz Vermelha Internacional, "muitas pessoas" na Faixa de Gaza estão em acampamentos improvisados, sem nem mesmo as necessidades mínimas, como cobertores.
O Crescente Vermelho palestino está tentando fornecer serviços de saúde e ajuda emergencial à população, mas "a falta de acesso torna praticamente impossível fornecer o apoio adequado", explicou a IFRC.
* AFP