A queda de Bashar al-Assad na Síria não enfraquecerá o Irã, afirmou nesta quarta-feira (11) o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, cujo país prestava apoio ao presidente sírio deposto.
Alguns, "ignorantes do significado da resistência, acreditam que quando esta se enfraquece, a República Islâmica do Irã também se enfraquece, mas o Irã é forte e poderoso e se tornará ainda mais poderoso", disse Khamenei em seus primeiros comentários desde a queda de Assad no domingo passado.
Durante décadas, a Síria foi uma aliada próxima de Teerã e um país-chave no trânsito de armas e conselheiros militares entre o território iraniano e o Líbano, onde a República Islâmica conta com a principal peça de seu chamado "eixo de resistência" anti-Israel, o movimento armado Hezbollah.
A queda da família Assad após mais de meio século de poder repressivo, primeiro de Hafez al-Assad e depois de seu filho Bashar, é um duro golpe para o Irã, que investiu política, financeira e militarmente na Síria para defender o regime, em particular desde o início da guerra civil síria em 2011.
"Não há dúvida de que o que aconteceu na Síria é fruto de uma conspiração dos Estados Unidos e de Israel", disse Khamenei, que está no poder desde 1989 e tem a última palavra nas decisões estratégicas do Irã.
"Um governo vizinho da Síria desempenhou um papel óbvio nesta questão", acrescentou o líder supremo, em uma referência velada à Turquia.
O presidente sírio Bashar al-Assad, que estava no poder desde o ano 2000, fugiu para a Rússia depois que seu regime caiu em consequência de uma ofensiva relâmpago liderada pelo grupo islamista Hayat Tahrir al Sham, apoiado por grupos pró-Turquia.
A insurgência tomou a capital Damasco no domingo e na terça-feira anunciou um chefe de Governo interino, Mohamad al-Bashir.
* AFP