A Justiça sérvia ordenou, neste sábado (23), a prorrogação por 30 dias da prisão de dez pessoas, incluindo um ex-ministro, como parte da investigação sobre o colapso de uma cobertura de concreto que matou 15 pessoas em uma estação ferroviária.
A tragédia ocorreu em 1º de novembro durante o trabalho de renovação na estação de Novi Sad, no norte do país.
O incidente provocou uma onda de indignação na Sérvia e mobilizou milhares de pessoas nas ruas para denunciar o acidente como resultado da corrupção e da falta de supervisão do setor de construção.
Entre os presos estão o ex-ministro da Construção, Goran Vesic, e o ex-diretor de infraestrutura ferroviária, Nebojsa Surlan.
A diretora-geral interina da infraestrutura ferroviária da Sérvia, Jelena Tanaskovic, e outro suspeito estão em prisão domiciliar por um período de três meses, informou a televisão pública RTS.
Na quinta-feira, a polícia prendeu 12 pessoas, incluindo Vesic, como parte da mesma investigação.
A oposição aplaudiu essas prisões.
Os manifestantes exigem a renúncia do primeiro-ministro e do prefeito de Novi Sad, e que os responsáveis sejam levados à justiça.
Até o momento, além de Vesic, o ministro do Comércio Tomislav Momirovic - ministro da Construção de 2020 a 2022 - e Tanaskovic renunciaram a seus cargos.
O trabalho de reforma na estação de Novi Sad havia sido concluído semanas antes do colapso.
Quatorze pessoas, com idades entre 6 e 74 anos, morreram no local e uma décima quinta morreu no hospital alguns dias depois.
Os manifestantes exigem a publicação dos contratos assinados com as empresas envolvidas nas obras de reforma da estação.
Duas empresas chinesas, a China Railway International e a China Communications Construction, fizeram parte do consórcio escolhido para as obras, juntamente com a empresa francesa Egis e a empresa húngara Utiber.
* AFP