A Rússia lançou nesta quinta-feira (21) um míssil balístico intercontinental na Ucrânia pela primeira vez, anunciou o Exército ucraniano, no ato mais recente de escalada do conflito desde que Kiev lançou mísseis de longo alcance fornecidos pelas potências ocidentais contra o território russo.
"Um míssil balístico intercontinental foi disparado da região russa de Astrakhan" em um ataque contra a cidade de Dnipro, no centro-leste da Ucrânia, informou a Força Aérea em um comunicado.
Disse também que as forças russas lançaram vários tipos de mísseis contra infraestruturas críticas de Dnipro.
Esta é a primeira vez que Moscou usa esse tipo de arma desde o início da invasão da Ucrânia, em 2022, confirmou uma fonte militar à AFP. O Kremlin se recusou a comentar a acusação.
A fonte acrescentou que é "óbvio" que o míssil, concebido para transportar ogivas convencionais e nuclear, não carregava uma carga nuclear.
Questionado se Moscou havia disparado o míssil, capaz de alcançar alvos a milhares de quilômetros, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse não ter "nada a dizer sobre esse tema".
Peskov, no entanto, afirmou que a Rússia fará "o máximo de esforços" para impedir uma guerra nuclear e que espera que "outros países" mantenham "essa posição responsável".
Unidades de defesa aérea ucraniana derrubaram seis mísseis, segundo a Força Aérea, sem revelar se um deles era o míssil balístico intercontinental.
O governador região onde se encontra a cidade de Dnipro, Sergii Lisak, indicou que o bombardeio aéreo russo danificou um centro de reabilitação e várias casas, assim como uma central industrial.
"Duas pessoas ficaram feridas, um homem de 57 anos foi atendido no local e uma mulher de 42 foi hospitalizada", disse Lisak.
Rússia e Ucrânia ampliaram nos últimos dias o uso de mísseis de longo alcance desde que Washington autorizou Kiev a usar armas desse tipo de fabricação americana.
Enquanto isso, a imprensa britânica informou na quarta-feira que a Ucrânia teria lançado mísseis Storm Shadow, fornecidos pelo Reino Unido, contra alvos na Rússia depois de receber sinal verde de Londres.
* AFP