Kamala Harris e Donald Trump embarcam neste fim de semana em uma viagem frenética por vários Estados altamente disputados em busca do voto dos indecisos para as eleições presidenciais de terça-feira (5) nos Estados Unidos.
A vice-presidente democrata e o seu rival, o ex-presidente republicano, permanecem em empate técnico nas pesquisas.
Ambos se concentram em Estados-pêndulo (os "swing-states"), onde os candidatos geralmente vencem por uma pequena margem, ao contrário de outros que são tradicionalmente republicanos ou democratas.
A ex-senadora, que pretende tornar-se a primeira mulher presidente do país, fará comícios na Geórgia, Carolina do Norte e Michigan para reforçar sua mensagem de que Trump é uma ameaça à democracia americana.
Harris pede aos eleitores que "virem a página" de Trump, a quem descreve como autoritário.
— Ele é alguém cada vez mais instável, obcecado pela vingança, consumido pelo ressentimento, e à procura de um poder desenfreado — disse a seus apoiadores em Little Chute, Wisconsin.
O magnata quer recuperar as chaves da Casa Branca. Se conseguir, será o primeiro presidente com uma condenação criminal e quatro denúncias. Ele pretende defender o setor industrial do país, se necessário com guerras comerciais agressivas e tarifas de até 200%. Esta mensagem será repetida neste fim de semana na Carolina do Norte, Virgínia, Pensilvânia e Geórgia.
Discurso
Trump endureceu sua retórica ao extremo para mobilizar suas bases, especialmente em relação à imigração.
— Os migrantes ilegais que chegam a este país matam pessoas todos os dias" e "estão desencadeando uma onda violenta de assassinatos nos Estados Unidos — afirmou recentemente sem provas.
— A mensagem final de Kamala para a América é que a odeia — disse ele na noite de sexta-feira (1º) em Warren, Michigan.
Horas depois, em Milwaukee, Wisconsin, Trump manteve o tom:
— Nada é mais perigoso do que dar um imenso poder a uma pessoa fraca, incompetente e com um QI extremamente baixo.
O milionário criticou a economia do governo democrata, que considera catastrófica, o que os economistas negam.
Se Harris vencer as eleições de terça-feira, "uma depressão econômica ao estilo de 1929" estará iminente, previu o ex-presidente, pintando um quadro apocalíptico do país.
Ele está ansioso pelo dia da votação, mas manifestou nostalgia pelo fim de sua aventura de nove anos com o movimento Make America Great Again (MAGA).
Estratégias
Harris se cercou de artistas para se aproximar dos jovens e dos latinos, dois eleitorados importantes em eleições extremamente acirradas.
A lista é longa: Beyoncé, Bruce Springsteen, Cardi B, Jennifer Lopez, a diva pop de origem porto-riquenha e a banda mexicana Maná são alguns deles.
Na reta final, aumentam os temores a um possível surto de violência caso Trump perca e se recuse a reconhecer a derrota como fez em 2020.
As lojas na capital, Washington, começaram a proteger suas vitrines. As autoridades locais consideram "imprevisível" o que poderá acontecer após o encerramento das urnas.
Por enquanto, Trump e membros da sua comitiva mencionam fraudes em Estados-pêndulos como a Pensilvânia.
Na lembrança de todos permanecem as imagens de uma multidão de apoiadores de Trump atacando o Capitólio em 6 de janeiro de 2021, em uma tentativa de impedir a certificação da vitória eleitoral de Biden.