Seis turistas mochileiros morreram no mesmo hostel no Laos, no sudeste asiático, nas últimas semanas. A suspeita das autoridades locais é de que eles tenham sido contaminados com metanol, um tipo de álcool utilizado em produções industriais, como solventes e acetonas — comumente encontrado em bebidas destiladas produzidas de forma caseira e ilegal, segundo a BBC.
A polícia do país deteve o gerente e sete funcionários do Nana Backpackers Hostel, na pequena cidade de Vang Vieng, após a morte de duas dinamarquesas, um americano, uma britânica e duas australianas, todos hospedados no local. Os trabalhadores são vietnamitas.
No momento, a principal hispótese é de que os jovens tenham ingerido bebidas alcoólicas contaminadas no local.
O produto é uma versão mais barata — e extremamente mais perigosa — do etanol ou álcool etílico, resultado da fermentação de frutas e cereais (como em vinhos e cervejas). Fabricantes de bebidas adicionam metanol a outros destilados, como vodka, gin e whisky, para aumentar o teor alcoólico.
Uma pequena quantidade de metanol já é suficiente para causar danos gravíssimos, como cegueira permanente ou coma, e até a morte, de acordo com o g1.
A cena turística do Laos
Conforme apontado pelo The Guardian, Laos e países vizinhos, como Vietnã e Indonésia, se tornaram destinos turísticos muito procurados por mochileiros e outros viajantes nas últimas décadas.
Em algumas regiões do sudeste asiático, os passeios estão atrelados ao alto consumo de álcool. Não é difícil encontrar bares e hotéis que ofereçam bebidas gratuitas em horários específicos.
A apuração do veículo britânico apontou que uma das atividades mais comuns entre turistas na cidade de Vang Vieng é o "tubing", atividade que consiste em deslizar pelos rios em grandes boias de borracha. Visitantes param em diferentes pontos para curtir os bares localizados nas margens, antes de pular novamente na água e continuar o passeio.
Quando chegam aos locais de hospedagem, é normal que os turistas já estejam consideravelmente bêbados. Sites de diferentes governos alertam para os riscos da prática. Não é possível, muitas vezes, determinar a procedência das bebidas distribuídas gratuitamente.
A instituição Médicos Sem Fronteiras produziu materiais que orientam viajantes sobre os perigos do consumo acidental de metanol. Segundo a ONG, a taxa de letalidade pode ser de 20% a 40%, dependendo da quantidade consumida e da demora para identificar os sintomas, que podem demorar até 24h para aparecerem.