O Irã rejeitou, nesta segunda-feira (21), as acusações do primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, segundo as quais a República Islâmica realiza ações de interferência nos assuntos internos do país, após declarações atribuídas ao presidente do Parlamento iraniano.
"O Irã nunca teve a intenção de interferir nos assuntos internos do Líbano e nunca agiu desta forma", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmaeil Baghaei, durante uma coletiva de imprensa.
"Conversando com qualquer país que proponha uma iniciativa para acabar com os crimes e agressões contra o Líbano, e com o genocídio em Gaza", acrescentou, referindo-se a um "mal-entendido" sobre as declarações atribuídas ao presidente do Parlamento iraniano, Mohammad-Bagher Ghalibaf.
Em um artigo publicado na quinta-feira no jornal francês Le Figaro, o político afirmou que Teerã está disposto a negociar um cessar-fogo no Líbano com a França.
Israel e o movimento libanês Hezbollah, apoiado pelo Irã, estão atualmente em guerra, após um ano de trocas de disparos transfronteiriços.
O Exército israelense iniciou uma campanha de bombardeios no país vizinho e, no final de setembro, lançou uma ofensiva terrestre no sul do Líbano.
"Para alcançar este objetivo de cessar-fogo, o presidente do Parlamento nos diz que o Irã estaria disposto a negociar medidas concretas para implementar a Resolução 1701 com a França, que atuaria como mediadora entre o Hezbollah e Israel", afirma o artigo do jornal francês.
A Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, que pôs fim à guerra anterior entre Israel e o Hezbollah em 2006, estipula que apenas as forças de manutenção da paz e o Exército libanês devem ser destacados para o sul do Líbano, na fronteira com Israel.
"Estamos surpresos com esta posição, que constitui uma interferência flagrante nos assuntos libaneses e uma tentativa de estabelecer uma tutela sobre o Líbano que rejeitamos", reagiu Mikati.
* AFP