Cuba enfrenta uma "emergência energética" que provocou, nesta quinta-feira (17), um déficit de quase 50% na geração de eletricidade, devido à dificuldade de importação do combustível para alimentar seu sistema de energia, informou o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel.
"O cenário complexo que atravessamos tem sua causa principal no acirramento da guerra econômica e da perseguição financeira e energética dos Estados Unidos, o que dificulta a importação de combustível e outros recursos necessários para essa indústria", disse o presidente em sua conta no X.
Ele antecipou que as autoridades vão dar mais informações sobre a "emergência energética" que o país vive.
Cuba enfrenta, nesta quinta-feira, quase 50% de déficit na geração de eletricidade, um problema que provocou apagões de até 20 horas em apenas um dia em algumas províncias.
Lázaro Guerra, diretor-geral de eletricidade do Ministério de Energia e Minas, disse à TV estatal que em "todas as horas do dia" o déficit de energia elétrica será de mais de 1.000 megavolts em "todas as horas do dia" e chegará a 1.678 durante a demanda máxima de 3.300 megavolts.
Os cubanos enfrentam há três meses os indesejados apagões, que se prolongam e se tornam cada vez mais frequentes, com um déficit em muitos dias de 30% na cobertura nacional.
Interrupções no serviço de quatro horas ou mais por dia são registradas até em amplas zonas de Havana, uma província prioritária para as autoridades por ser a mais populosa e sede do governo da ilha.
Autoridades da empresa elétrica da província de Camagüey, no centro do país, anunciaram medidas severas na quarta-feira.
"A Empresa Elétrica de Camagüey trabalha para garantir o serviço por cerca de três horas aproximadamente", indicou em uma postagem na rede social X a companhia local.
De acordo com a imprensa independente local, dezenas de pessoas se manifestaram no início da semana nas províncias de Sancti Spíritus (centro) e Holguín (nordeste) por causa dos longos apagões.
As autoridades explicaram que a situação crítica se deve a falhas e à falta de combustível para alimentar o sistema de geração de energia elétrica, que é composto por oito termelétricas desgastadas, sete usinas flutuantes - que o governo aluga de empresas turcas - e geradores.
A ilha se recuperou, em 2023, dos apagões cotidianos com os quais sofreu durante quase todo o ano anterior.
* AFP