Israel efetuou nesta sexta-feira (27) dezenas de bombardeios no Líbano contra o Hezbollah, que lançou foguetes contra o território israelense, após o fracasso da proposta de trégua apresentada pelos Estados Unidos e seus aliados ocidentais.
Desde segunda-feira (23), mais de 700 pessoas morreram no Líbano nos bombardeios israelenses contra o grupo terrorista libanês, apoiado pelo Irã e aliado do Hamas, segundo o Ministério da Saúde libanês.
Diante do cenário, Estados Unidos, França, União Europeia (UE) e vários países árabes fizeram um apelo por um cessar-fogo de 21 dias, uma proposta rejeitada pelas autoridades israelenses, que insistiram que o país lutará contra o Hezbollah "até a vitória".
As atenções estão voltadas para o discurso do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na Assembleia Geral da ONU nesta sexta.
Nos últimos cinco dias, a Força Aérea israelense bombardeou os redutos do Hezbollah em todo país, ações que obrigaram quase 120 mil pessoas a abandonarem suas casas, segundo a ONU.
Segundo a Agência Nacional de Notícias, um meio de comunicação oficial libanês, o exército israelense intensificou os bombardeios durante a noite e matou nove integrantes de uma família no sul do país.
Horas depois, o Hezbollah anunciou que lançou foguetes contra a área de Tiberíades, no norte de Israel. O movimento pró-Irã afirmou que a ação foi uma resposta aos bombardeios "selvagens" de Israel contra as localidades libanesas.
Israel x Hezbollah
O Hezbollah abriu uma frente contra Israel em solidariedade ao movimento islamista Hamas, alvo de uma ofensiva israelense na Faixa de Gaza desde o ataque de seus combatentes no sul de Israel, em 7 de outubro.
Na semana passada, Israel anunciou que o "centro de gravidade" da guerra contra o Hamas estava se deslocando para a fronteira com o Líbano.
A meta, afirmou, é garantir o retorno de dezenas de milhares de moradores do norte de Israel, deslocados pelos ataques do Hezbollah, para suas residências.
Temor de guerra total
Os confrontos no Líbano aumentaram os temores de uma propagação da guerra por todo Oriente Médio, em particular depois que grupos regionais apoiados pelo Irã prometeram prosseguir com a luta contra Israel.
Mas, apesar dos esforços de mediação nos últimos meses, um cessar-fogo em Gaza parece cada vez mais difícil.
O conflito entre o exército israelense e o Hamas na Faixa de Gaza começou com o ataque do Hamas em 7 de outubro, que deixou 1.205 mortos em Israel, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelenses que inclui reféns que morreram ou foram assassinados em cativeiro em Gaza.
Das 251 pessoas sequestradas, 97 permanecem em Gaza, 33 das quais foram declaradas mortas pelo exército.