O líder supremo dos talibãs afirmou que a aplicação da "sharia" - lei islâmica - é uma "responsabilidade até a morte" do movimento, por ocasião do terceiro aniversário de sua reconquista do poder no Afeganistão.
O emir Hibatullah Akhundzada, que vive recluso em seu reduto de Kandahar, sul do país, e governa o país por decreto, fez a declaração na quarta-feira. A mensagem foi divulgada durante a noite pelo porta-voz do governo nas redes sociais.
"Irmãos, nossa responsabilidade é estar a serviço da religião, a aplicação da 'sharia' é nossa responsabilidade até a morte", declarou o emir para integrantes das forças de segurança em uma base aérea em Kandahar.
"Não é uma responsabilidade temporária. Enquanto vivermos, adotaremos a religião de Alá e a sharia para nós e para os demais", insistiu o líder supremo, segundo a publicação na rede social X do porta-voz do governo, Zabihullah Mujahid.
"O sistema islâmico é reforçado a cada dia", declarou o emir, que raramente aparece em público.
Em três anos, o governo talibã não foi reconhecido por nenhum país, devido à sua aplicação extremamente rigorosa da sharia, principalmente contra as mulheres, que têm acesso muito limitado ao mercado de trabalho e à educação.
Os talibãs entraram sem resistência em Cabul em 15 de agosto de 2021, o que provocou a fuga do governo e colapso da coalizão ocidental liderada pelos Estados Unidos, que havia expulsado o movimento do poder 20 anos antes.
O aniversário foi celebrado na quarta-feira em todo Afeganistão, segundo o calendário persa. Um grande desfile militar foi organizado na antiga base americana de Bagram, assim como eventos comemorativos em Cabul e Kandahar, principalmente, com presença exclusivamente masculina.
* AFP