O Partido Trabalhista alcançou a maioria no parlamento do Reino Unido nas eleições gerais desta quinta-feira (4) e voltará ao poder após 14 anos. Na madrugada desta sexta-feira (pelo horário de Brasília), os trabalhistas superaram a marca de 326 cadeiras, o que garantiu a maioria, segundo a apuração oficial.
Com o resultado, é esperado que o líder do partido, Keir Starmer, assuma o cargo de primeiro-ministro, como sucessor do conservador Rishi Sunak, que, diante do resultado parcial divulgado, reconheceu a derrota de seu partido:
— Hoje, o poder muda de mãos, de forma pacífica e ordenada com boa vontade de todas as partes — disse Sunak, que conseguiu manter o seu assento no Parlamento ao vencer em seu círculo eleitoral em Richmond, no norte de Inglaterra.
Starmer afirmou que será aberta uma etapa de "mudança".
— Os eleitores falaram e estão prontos para a mudança, para acabar com a política de entretenimento e voltar à política como um serviço à cidadania — declarou em um discurso após sua reeleição como deputado em seu círculo eleitoral no norte de Londres.
— Cabe a nós cumprir as nossas promessas — acrescentou.
Starmer é advogado e tem 61 anos. Ele aproximou seu partido para posições mais de centro após a derrota trabalhista, nas eleições de 2019, de seu antecessor Jeremy Corbyn, mais à esquerda. O atual líder fez uma campanha pela "mudança" menos radical do que a de seu antecessor.
Ele prometeu uma gestão cautelosa da economia, dentro de um plano de crescimento a longo prazo que inclui potencializar os serviços públicos, principalmente o sistema de saúde.
Rishi Sunak deixa o cargo menos de dois anos depois de ter sido nomeado primeiro-ministro, em outubro de 2022, quando assumiu após um desastroso mandato a nível econômico, de apenas 49 dias, de Liz Truss. Ela havia substituído Boris Johnson, envolvido em escândalos de festas em sua residência oficial durante a pandemia de covid-19.
O Partido Conservador estava no poder desde maio de 2010, primeiro com David Cameron como primeiro-ministro, seguido por Theresa May e depois Johnson. O Brexit, em 2020, e suas consequências para a economia britânica, a covid-19, o aumento do custo de vida e as críticas ao funcionamento do serviço de saúde, com longas listas de espera, acabaram cobrando dos conservadores.
De sua parte, Starmer anunciou que abandonará o projeto conservador de fretar aviões para Ruanda com imigrantes irregulares para combater chegadas massivas de pessoas cruzando o Canal da Mancha, que separa Inglaterra e França.