Na terça-feira, Nicolás Maduro mandou uma "indireta" para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Lula, em entrevista coletiva, disse que ficou assustado com a fala de Maduro sobre "banho de sangue" caso perdesse as eleições do próximo domingo.
— Quem se assustou que tome um chá de camomila —declarou Maduro.
À noite, na província de Aragua, Maduro, que busca mais uma reeleição, realizou um comício em que declarou, sem apresentar provas, que as eleições no Brasil não são auditadas.
Maduro também questionou os sistemas eleitorais dos Estados Unidos e da Colômbia. Em contrapartida, afirmou que a Venezuela "tem o melhor sistema eleitoral do mundo".
— Temos 16 auditorias [...] Em que outra parte do mundo fazem isso? Nos Estados Unidos é inauditável o sistema eleitoral. No Brasil não auditam um registro. Na Colômbia não auditam nada — afirmou.
Ao contrário do que afirmou Nicolás Maduro, as eleições no Brasil são totalmente auditáveis. O processo é realizado desde 2002 e envolve uma série de testes de segurança de integridade e de autenticidade. Em 2021 houve um novo avanço, com a abertura dos códigos-fonte da urna eletrônica e dos programas que serão utilizados no pleito. Com o acesso, entidades, instituições e partidos políticos interessados puderam verificar a segurança dos softwares.
Os procedimentos são fiscalizados por entidades cadastradas junto à Justiça Eleitoral, como Tribunal de Contas da União, Ministério da Defesa, Transparência Eleitoral Brasil, universidades e partidos políticos.
Além disso, em 2022, foi feito o teste de biometria para verificar se a impressão digital corresponde com a do eleitor.
Por fim, nas eleições presidenciais de 2022, a Missão de Observação das Eleições (MOE) da Organização dos Estados Americanos (OEA) produziu um relatório atestando a eficiência das urnas eletrônicas.
Ao questionar os sistemas eleitorais de outros países, Maduro disse que irá vencer e que a oposição terá de aceitar os resultados.
Eleições na Venezuela
A Venezuela realiza eleições no próximo domingo (28).
O principal concorrente do atual presidente, escolhido a partir de uma coalizão de partidos opositores, é o ex-diplomata Edmundo González.
Antes, a opositora María Corina Machado, uma das favoritas a derrotar Maduro, havia sido afastada da corrida eleitoral pelo Supremo Tribunal de Justiça, alinhado ao governo.