A Justiça da República Dominicana autorizou a extradição para Honduras de um cidadão americano detido em Santo Domingo, acusado no país da América Central de assassinato de três mulheres, segundo a decisão divulgada nesta terça-feira (25).
Gilbert Reyes é o principal suspeito do triplo assassinato, realizado em janeiro, de María Antonia Cruz, Nikendra McCoy e Dione Solórzano, na ilha hondurenha de Roatán. Uma das moças era ex-namorada de Reyes.
Após a detenção do suspeito em março, Honduras iniciou os trâmites para o pedido de extradição, e que o Supremo Tribunal de Justiça dominicano declarou "admissível".
"O país requerente forneceu em seus documentos informações que outorgam motivos fundamentados, que permitem a esta Segunda Câmara estabelecer que a pessoa requerida na extradição pode ter cometido os crimes pelos quais sua extradição é solicitada", diz a sentença.
A presidente da suprema corte de Honduras, Rebeca Ráquel, agradeceu a decisão na rede social X, enquanto o secretário de Segurança do país, Gustavo Sánchez, indicou que "o avião da polícia já está sendo preparado" para buscar o acusado.
Reyes - que vivia na Califórnia e viajava frequentemente para a ilha de Roatán - pediu ao tribunal, na última audiência, que fosse enviado para os Estados Unidos porque temia por sua vida em Honduras. O suspeito alegou que sua família recebeu ameaças de morte.
O tribunal observou, no entanto, que "se forem cumpridos os requisitos formais exigidos pelas normas internacionais e internas, o Estado requerido deve acolher a solicitação de extradição e entregar a pessoa extraditável".
"O Estado de Honduras garante a segurança e a integridade de Gilbert Reyes" e "ele será submetido a um julgamento justo, transparente e independente", disse Sánchez.
"Garantimos um julgamento justo, com todas as garantias do devido processo legal", coincidiu Ráquel.
O Observatório da Violência da Universidade Nacional Autônoma de Honduras, um país de 10 milhões de habitantes, registou 380 feminicídios em 2023, em comparação com 308 em 2022. Segundo a diretora da organização, Migdonia Ayestas, 95% desses crimes não foram solucionados.
* AFP