Irã e Suécia realizaram neste sábado uma troca de prisioneiros que permitiu a libertação de um diplomata sueco da União Europeia preso em Teerã e de um funcionário iraniano preso no país da Escandinávia.
Hamid Noury, 63, ex-funcionário penitenciário iraniano que cumpria pena de prisão perpétua na Suécia, desembarcou em Teerã por volta das 17h30 locais e foi recebido por familiares e autoridades, mostrou a TV estatal.
Às 19h20 GMT, Johan Floderus, um diplomata europeu de 33 anos, e Saeed Azizi, cidadão sueco preso no Irã em novembro de 2023, desembarcaram em Estocolmo. "Eles viveram um inferno na Terra e agora podem se reunir com seus entes queridos", disse o premier Ulf Kristersson.
Floderus estava preso no Irã desde abril de 2022, acusado de espionagem, o que poderia resultar em pena de morte.
Veículos de comunicação estatais de Omã, país que atuou como mediador, informaram que os dois governos concordaram com a libertação mútua dos cidadãos detidos.
O primeiro-ministro sueco não revelou os termos da troca, mas considerou difíceis as decisões tomadas por seu país.
Teerã transformou Floderus e Azizi em "peões de um jogo cínico de negociação, com o objetivo de obter a libertação do cidadão iraniano Hamid Noury, preso na Suécia".
Noury foi detido em Estocolmo em 2019 e condenado à prisão perpétua por seu papel na execução em massa de opositores no Irã em 1988. A sentença foi anunciada em julho de 2022, por "crimes agravados contra o direito internacional" e assassinatos.
Grupos de defesa dos direitos humanos estimam que pelo menos 5.000 presos tenham sido assassinados no Irã no verão de 1988, em execuções em massa realizadas por "comitês da morte".
O Conselho Nacional da Resistência Iraniana, grupo de oposição exilado, considerou a libertação de Noury "vergonhosa e injustificável".
As relações entre a Suécia e o Irã foram gravemente afetadas nos últimos anos, com Teerã exigindo a libertação de Noury e criticando a parcialidade do julgamento.
A troca acontece três dias após a libertação do francês Louis Arnaud, preso no Irã desde setembro de 2022.
Teerã mantém uma dezena de cidadãos ocidentais presos e é acusada por vários países de usá-los como moeda de troca em negociações com outros Estados.
* AFP