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Eleições nos EUA

Biden e Trump se enfrentam em primeiro debate crucial na disputa pela Casa Branca

Milhões de americanos acompanharão o evento, que começará às 21h (22h em Brasília) desta quinta-feira na Geórgia, um dos Estados mais disputados na corrida presidencial, que terá um desfecho em novembro. O democrata de 81 anos e o republicano de 78 estão empatados tecnicamente nas pesquisas

AFP

Andrew CABALLERO-REYNOLDS e Camille CAMDESSUS em Washington

JIM WATSON,KAMIL KRZACZYNSKI / AFP
Disputa entre Biden e Trump expõe visões antagônicas sobre os Estados Unidos

O presidente democrata Joe Biden e seu antecessor republicano Donald Trump, praticamente empatados nas pesquisas, se enfrentam nesta quinta-feira (27) no primeiro debate das eleições presidenciais de novembro nos Estados Unidos, após meses de ataques verbais. A transmissão começará às 21h locais (22h de Brasília) na CNN, direto de Atlanta, capital da Geórgia, um dos estados mais disputados das eleições.

O democrata de 81 anos e o republicano, de 78, estão em empate técnico nas intenções de voto. Segundo uma pesquisa publicada na quarta-feira pela Universidade de Quinnipiac, Trump tem 49% das intenções de voto, contra 45% para Biden, a nível nacional. Outra pesquisa, divulgada no domingo pelo canal Fox, mostra o democrata à frente (50% a 48%).

Os dois partidos esperam que o duelo de uma hora e meia permita conquistar votos entre os indecisos, que podem ser cruciais em novembro.

Fiel à sua postura, Trump se mostrou confiante. "Acho que passei toda a minha vida me preparando para isso... Vamos nos sair muito bem", declarou o republicano nesta quinta ao canal Newsmax.

Coincidindo com o debate, a equipe de Biden divulgou uma série de novos anúncios nos principais estados em disputa nos quais afirma que seu adversário "só pensa em si mesmo".

A equipe de Trump também publicou materiais em que reitera as acusações de que o democrata administra mal a economia e incentiva a imigração irregular, o seu tema favorito.

O atual presidente apresenta-se como protetor da democracia, diante de um rival temperamental e propenso a falsas digressões, que nunca reconheceu a sua derrota em 2020.


Normas rígidas

Kevin Dietsch / Getty Images via AFP

O debate terá dois moderadores, os jornalistas da CNN Jake Tapper e Dana Bash, e seguirá normas rigorosas. A CNN vai disponibilizar o sinal para outras emissoras, incluindo Fox News, ABC News, NBC News. No Brasil, a GloboNews transmite o embate.

Em uma tentativa de evitar a cacofonia do primeiro debate de 2020, durante o qual Biden e Trump passaram uma hora e meia gritando e interrompendo as falas do outro, a emissora desligará o microfone de cada candidato quando terminar o tempo de resposta estipulado.

Além disso, o programa não terá plateia, nem teleprompter, o dispositivo que exibe textos aos apresentadores de televisão e políticos em seus discursos, o que permite a leitura sem tirar os olhos da câmera.

Biden, o presidente mais velho da história do país, passou dias reunido com assessores para se preparar para o debate. Ele deseja tranquilizar o país, mais preocupado com a sua evidente fragilidade física do que com o estado de saúde de seu adversário, que é apenas três anos mais jovem.

— Na mídia, muitos já estão dispostos a entregar um troféu a Joe Biden se ele conseguir permanecer de pé durante 90 minutos — disse Jason Miller, assessor da campanha republicana.

O ex-presidente insinuou que o rival será "dopado" antes do debate.

Trump deseja explicar em Atlanta, capital da Geórgia, os seus planos para controlar a inflação, garantir a segurança na fronteira com o México e acabar com as guerras no mundo, disse Miller.


Visões opostas

As eleições apresentam duas visões radicalmente opostas dos Estados Unidos, que abordam principalmente o poder aquisitivo e a migração.

Neste sentido, Biden tenta estabelecer uma distância da retórica de seu rival, que acusa os migrantes, muitos deles latino-americanos, de "envenenar o sangue" do país.

O debate desta quinta-feira será excepcional em todos os sentidos.

Os americanos nunca tiveram que decidir entre candidatos de tanta idade nem considerar se devem confiar as chaves da Casa Branca a um ex-presidente condenado em um processo de pagamentos ocultos a uma atriz pornô e que enfrenta o risco de pena de prisão.

As eleições têm outro candidato: o independente Robert Kennedy Jr., que denuncia a sua exclusão do debate.

O sobrinho do presidente assassinado John Fitzgerald Kennedy, com reduzidas possibilidades de vitória, organizará um evento nesta quinta-feira em Los Angeles (Califórnia), que será exibido ao vivo na rede social X.

Um segundo debate está programado para 10 de setembro, dois meses antes das eleições.

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