As equipes de emergência conseguiram entregar nesta quarta-feira (29) os primeiros pacotes de ajuda à região remota da Papua-Nova Guiné devastada na semana passada por um grande deslizamento de terra que pode ter provocado até 2.000 vítimas.
Apenas seis corpos foram recuperados até o momento, mas o governo do país calcula que 2.000 pessoas foram sepultadas no grande deslizamento de terra da madrugada de 24 de maio.
Praticamente sem esperanças de encontrar sobreviventes, os moradores da região iniciaram os funerais dos parentes supostamente mortos.
As missões de emergência foram prejudicadas pela distância da área da tragédia, pela violência tribal e pelo bloqueio de várias rodovias de acesso provocado pelo deslizamento de terra.
Apesar das dificuldades, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) conseguiu iniciar a distribuição de produtos de higiene e gasolina na região.
A ONG 'World Vision' afirmou que as necessidades imediatas eram alimentos, cobertores, redes de proteção contra mosquitos e abrigo para as pessoas que perderam as casas.
Entre os sobreviventes, a frustração é cada vez maior com a demora na resposta do governo.
O Exército demorou vários dias para transportar equipamentos pesados até a região afetada e começar o processo de escavação. Muitos moradores foram obrigados a cavar com as mãos na montanha de rochas e terra.
As autoridades da província de Enga, local do desastre, pediram ao governo que declare emergência nacional e destine recursos para ajudar a população necessitada.
Porém, o primeiro-ministro James Marape não visitou a região e permaneceu na capital Port Moresby, para tentar evitar uma moção de censura que pode afastá-lo do poder.
"A natureza, com o deslizamento trágico, submergiu ou cobriu a cidade e, segundo a nossa estimativa inicial, quase 2.000 pessoas podem ter morrido neste desastre", disse Marape nesta quarta-feira no Parlamento, onde os deputados respeitaram um minuto de silêncio.
As autoridades emitiram um alerta sobre o risco de novos deslizamentos e estão coordenando a retirada de 7.900 pessoas da região.
Até o momento, mais de 1.000 pessoas foram deslocadas pela catástrofe, segundo estimativas de agências de ajuda humanitária.
* AFP