A Justiça da Argentina ordenou a restrição geral dos bens do ex-presidente do país, Alberto Fernández, além de quebra do sigilo bancário e fiscal. Informação foi divulgada pelo jornal argentino Clarín na noite da terça-feira (9).
O corretor Héctor Martínez Sosa, amigo do ex-presidente, e sua esposa, a ex-secretária do chefe de Estado María Marta Cantero, também tiveram os bens restringidos.
Em fevereiro, Fernández foi denunciado pelo Ministério Público argentino em um processo relacionado com a contratação de seguros por organismos públicos que teriam beneficiado amigos do ex-mandatário durante seu governo.
O procurador federal Ramiro González acusou, na época, o ex-presidente e o ex-chefe da Nación Seguros, Alberto Pagliano, por suposta violação dos deveres de funcionário público e abuso de autoridade e peculato.
Segundo o Clarín, o caso que investiga a possível existência de uma organização criminosa, analisa supostas irregularidades no Decreto 823/2021, em que Fernández obriga ao setor público a contratar serviço de seguro, sendo exclusivamente com a empresa Nación Seguros SA.
Os argumentos do processo afirmam que a decisão de Alberto Fernández impediu a possibilidade de licitações públicas que pudessem "promover a concorrência e a transparência no processo de contratação".
A reportagem destaca que foram estabelecidos contratos de coparticipação com outras seguradoras que contaram com intermediários como, Héctor Martínez Sosa, Pablo Torres García e Oscar Castello. Eles teriam recebido milhões em comissões com valores acima do mercado ou por meio de seleções inexistentes, ou direcionadas.
Cinco segurados foram relacionadas na investigação, tendo acumulado 80% do valor em comissões destinadas a seguros. A lista completa de investigados conta com 33 pessoas físicas e jurídicas, segundo o jornal.