O papa Francisco se reuniu nesta quarta-feira (27) com dois ativistas pela paz, um israelense e outro palestino, e se solidarizou com os católicos da Terra Santa a poucos dias da Páscoa.
"Estou próximo de todos vocês, em seus diversos rituais, queridos fiéis católicos espalhados por todo o território da Terra Santa. Especificamente aqueles que, nestes momentos, estão sofrendo dolorosamente o drama absurdo da guerra", escreveu o papa argentino em uma carta publicada pelo Vaticano.
Quatro dias antes da Páscoa, celebração da morte e ressurreição de Jesus Cristo entre os católicos, Jorge Bergoglio, de 87 anos, que havia visitado a Terra Santa em 2014, quis apoiar "as crianças que têm o futuro negado, que choram e sofrem, que vivem a angústia e a desorientação".
"Irmãos e irmãs, queria dizer-lhes que não estarão sozinhos e não os deixaremos sozinhos", afirmou o pontífice, que pediu repetidamente um cessar-fogo e a libertação dos reféns desde o ataque do Hamas em 7 de outubro e o início dos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza.
O território palestino, no qual a maior parte dos 2,4 milhões de habitantes são muçulmanos, possui cerca de mil cristãos, a maioria ortodoxos, enquanto o número de católicos em Israel e nos Territórios Palestinos é de aproximadamente 200 mil.
Nesta quarta-feira, o papa também expressou sua proximidade a dois pais e ativistas pela paz, um israelense e um palestino, que perderam suas filhas no conflito.
"Podemos viver em paz sem matarmos uns aos outros, mas sem ocupação, sem opressão, iguais", disse à imprensa Basam Aramin, nascido em Jericó, na Cisjordânia, cuja filha de dez anos foi morta a tiros por um soldado israelense em 2007, em frente à sua escola.
Seu amigo, Rami Elhanan, que perdeu a filha adolescente em um atentado suicida do Hamas em Jerusalém em 1997, disse que o papa estava "profundamente comovido" com as ações de ambos os pais através de uma associação que trabalha pelo diálogo entre palestinos e israelense.
"Acredito que o apoio do papa está ressoando em todo o mundo, ele entende que este banho de sangue não leva a lugar nenhum, que o direito à legítima defesa não dá o direito à vingança", disse Elhanan.
* AFP