No último domingo (4), cidadãos de Paris aprovaram uma proposta para triplicar o valor do estacionamento de carros SUV na cidade, com 54,55% dos votos. Segundo a prefeita Anne Hidalgo, que convocou a votação, o modelo seria mais perigoso para os passageiros e mais prejudicial ao meio ambiente. Cerca de 1,3 milhão de pessoas puderam votar, conforme reportagem da BBC Brasil.
Os SUV, sigla para Sport Utility Vehicle (veículo utilitário esportivo), são mais robustos e altos que outros modelos comuns no mercado, como o sedã. Pesquisadores indicam que esse tipo de carro demanda uma fabricação com mais emissões de gases e consome mais combustível. Os modelos, com alguns pesando mais de 1,5 tonelada, também seria mais fatal em acidentes do que outros mais leves.
Porém, os parisienses não serão os mais atingidos pela medida. A proposta deve impactar principalmente os moradores do subúrbio da capital francesa que passam o dia em Paris a trabalho ou estudo. Com a mudança, a taxa passa a ser de 18 euros (ou R$ 96). O estacionamento na rua para os habitantes permanecerá com o mesmo preço. Serão isentos carros elétricos, comerciantes, taxistas, pessoas com deficiência e profissionais da saúde.
Hidalgo está à frente da prefeitura da cidade há quase dez anos. A política socialista assumiu as questões de mobilidade urbana como prioridade no seu mandado. Muitas ruas se tornaram exclusivas de pedestres. Para incentivar a diminuição do uso de automóveis, foram construídas extensas ciclovias ao longo das principais vias de Paris.
Essas propostas também enfrentam resistência e oposição de diferentes parcelas do governo e da sociedade. No caso da taxa de estacionamento, grupos de motoristas argumentam que a classificação de SUV é enganosa porque afetaria diversos carros tamanho família. Chistophe Bechu, Ministro do Meio Ambiente da França, por exemplo, criticou a medida, chamando-a de "ambientalismo punitivo", de acordo com a BBC Brasil.