O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, pediu nesta sexta-feira (23) "moderação miltar máxima", após uma série de explosões registradas nos últimos dias perto da central ucraniana de Zaporizhzhia, controlada pelos russos.
A maior central nuclear da Europa, nas mãos das tropas de Moscou desde março de 2022, está no centro da guerra entre Ucrânia e Rússia, que se acusam mutuamente de comprometer a sua segurança.
A central foi alvo de disparos e desconectada da rede elétrica em diversas ocasiões, o que fez temer um acidente nuclear. Especialistas da AIEA no local disseram que ouvem "explosões diariamente há uma semana, incluindo uma no último dia 16 que parece ter ocorrido perto da central", declarou Grossi.
Ontem também houve explosões, incluindo uma "excepcionalmente forte" e, portanto, "muito próxima do local", acrescentou o diretor do órgão da ONU. Autoridades que administram o local afirmaram que a explosão ocorreu durante "um exercício de campo".
As "explosões potentes" dos últimos dias "fizeram tremer as janelas da central nuclear de Zaporizhzhia e ressaltam a necessidade urgente de moderação militar máxima, para reduzir os riscos de um acidente nuclear", alertou Grossi.
A AIEA não conseguiu determinar de forma conclusiva a origem das explosões, mas tomou conhecimento da explosão de uma mina fora do perímetro da central ocorrida ontem.
"Os relatórios dos nossos especialistas apontam para possíveis combates não muito longe do local", mencionou Grossi, expressando preocupação com a segurança da central nuclear.
* AFP