O presidente francês, Emmanuel Macron, nomeou nesta terça-feira (9) o ministro da Educação, Gabriel Attal, como primeiro-ministro. Aos 34 anos, Attal torna-se o mais jovem primeiro-ministro francês e o primeiro homossexual assumido, e terá o desafio de frear a ascensão da extrema direita na França.
Com a nomeação do jovem Gabriel Attal, Macron tem o objetivo de recuperar o seu mandato em um ano marcado pelas eleições europeias e pelos Jogos Olímpicos, indicaram fontes oficiais.
As eleições para o Parlamento Europeu em junho de 2024 servirão de termômetro para a remodelação. O partido de extrema direita Reagrupamento Nacional, de Marine Le Pen, lidera as pesquisas com 27% dos votos, seguido pelo partido de Macron, Renascimento (19%), de acordo com uma pesquisa da Opinionway em meados de dezembro.
"Todos os meus parabéns, Gabriel Attal", escreveu o líder parlamentar do partido de Macron, Sylvain Maillard, na rede social X, antigo Twitter.
Saída de Élisabeth Borne
Élisabeth Borne apresentou na segunda-feira (8) sua demissão ao presidente Emmanuel Macron, em meio a rumores de uma remodelação profunda do governo para dar oxigênio ao segundo mandato do dirigente centrista.
"Senhora primeira-ministra, querida Élisabeth Borne, o seu trabalho a serviço da nossa nação foi exemplar todos os dias (...) Obrigado de todo o coração", escreveu Macron na rede social X (antigo Twitter), após aceitar a sua demissão.
Borne, uma funcionária pública tecnocrata, tornou-se a segunda mulher a chefiar o governo francês como primeira-ministra em maio de 2022, depois de Macron se eleger para um segundo mandato até 2027.
Mas os seus 20 meses como chefe de um governo sem maioria absoluta no Parlamento foram marcados por uma alta tensão política, como durante a reforma da Previdência imposta por decreto, e por um episódio de distúrbios urbanos em meados de 2023.
No entanto, a aprovação, em dezembro, de uma reforma migratória, que o governo endureceu para obter o apoio da direita, dividiu o partido no poder, especialmente quando a extrema direita comemorou a "vitória ideológica" da nova lei.
Em sua carta de demissão, à qual a AFP teve acesso, Borne, de 62 anos, considerou "mais necessário do que nunca seguir com as reformas".