A junta militar no poder em Mianmar e três grupos armados anunciaram nesta sexta-feira (12) que chegaram a um acordo de cessar-fogo, patrocinado pela China, no norte do país, devastado por violentos confrontos há vários meses.
"Uma reunião foi realizada em Kunming (China). Chegamos a um acordo de cessar-fogo", disse à AFP o porta-voz da junta, Zaw Min Tun.
"Concordamos em reabrir o comércio fronteiriço" com a China, disse Tar Bhone Kyaw, do Exército de Libertação Nacional de Ta'ang (TNLA).
Desde outubro, uma aliança de vários movimentos insurgentes que representam minorias étnicas lançou uma grande ofensiva contra o Exército em regiões próximas da fronteira chinesa.
A aliança capturou várias cidades e passagens de fronteira vitais para o comércio com a China, o que os analistas consideram o maior desafio militar lançado à junta desde seu golpe de 2021.
"As duas partes chegaram a acordo sobre um cessar-fogo imediato, a retirada do pessoal militar e uma solução para as diferenças (...) mediante negociações pacíficas", sublinhou Mao Ning, porta-voz da diplomacia chinesa.
As conversas, que foram possíveis graças "à mediação e ao assessoramento" da China, aconteceram na quarta e na quinta-feiras em Kunming (sudoeste da China), uma grande cidade próxima de Mianmar, acrescentou Mao Ning, sem especificar as zonas afetadas pelo acordo.
* AFP