As Brigadas do Hezbollah, um influente grupo armado pró-Irã no Iraque, anunciaram, nesta terça-feira (30), a "suspensão" de suas operações militares contra as tropas americanas, depois que Washington prometeu responder ao ataque que matou três soldados americanos na Jordânia.
"Anunciamos a suspensão de nossas operações militares e de segurança contra as forças de ocupação para evitar incômodos ao governo iraquiano", anunciou o grupo em sua página na internet, em um comunicado assinado pelo secretário-geral Abu Husein al Hamidawi.
No entanto, as Brigadas de Hezbollah instaram seus combatentes a "exercer uma defesa passiva em caso de ação hostil dos Estados Unidos".
No domingo, um ataque com um drone contra a "Torre 22", uma base logística dos Estados Unidos localizada na Jordânia, na fronteira com a Síria, resultou em três mortos e cerca de quarenta feridos.
Desde o início da guerra em Gaza entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas, em 7 de outubro, ocorreram vários ataques contra posições dos Estados Unidos no Oriente Médio, mas sem causar baixas até o ataque na Jordânia.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu retaliações "consequentes" e indicou que considerava o Irã "responsável" por fornecer as armas necessárias para esse ataque. No entanto, ele insistiu que não está "buscando" uma "guerra mais ampla" no Oriente Médio.
O Irã nega qualquer envolvimento no ataque.
As Brigadas do Hezbollah afirmam em um comunicado que seus "irmãos" da "República Islâmica" do Irã "se opuseram em várias ocasiões à pressão e à escalada contra as forças de ocupação dos Estados Unidos no Iraque e na Síria".
As Brigadas do Hezbollah, um grupo classificado como "terrorista" pelos Estados Unidos e sujeito a sanções, foram bombardeadas pelos Estados Unidos no Iraque nas últimas semanas.
Desde meados de outubro, ocorreram pelo menos 165 ataques contra as tropas dos Estados Unidos e da coalizão antijihadista no Iraque e na Síria, em um contexto regional tenso devido à guerra entre Israel e o Hamas.
A maioria desses ataques foi reivindicada pela "Resistência Islâmica no Iraque", uma aliança de grupos armados vinculados ao Irã que afirma agir em apoio aos palestinos e exige a retirada das forças militares dos Estados Unidos do Iraque.
* AFP