O governador do estado da Flórida, Ron DeSantis, suspendeu neste domingo sua campanha pela indicação presidencial republicana e disse que apoiará o ex-presidente norte-americano Donald Trump, 77 anos, favorito na disputa.
Em um vídeo publicado na rede social X, DeSantis disse que, após ficar em segundo lugar nas convenções de Iowa na semana passada, não poderia "pedir" a seus apoiadores "que oferecessem seu tempo e doassem seus recursos" sem um "caminho certo para a vitória".
— Em consequência, hoje suspendo minha campanha — acrescentou.
Sua retirada da disputa ocorre a menos de dois dias das primárias de New Hampshire, onde as pesquisas o colocam atrás do ex-presidente Trump e da ex-embaixadora da ONU Nikki Haley.
Nos últimos meses, DeSantis perdeu apoios na sua pré-candidatura. Neste momento, Haley é a única postulante que está no caminho de Trump para a nomeação nas eleições presidenciais americanas.
— Para mim está claro que a maioria dos eleitores das primárias republicanas querem dar outra oportunidade a Donald Trump — disse DeSantis, indicando que tem divergências com o ex-presidente, especialmente sobre a pandemia de coronavírus — Trump tem meu apoio porque não podemos voltar à velha guarda republicana do passado ou uma forma reformulada de corporativismo requentado que Nikki Haley representa — disse.
Trump saiu na frente em Iowa na última terça-feira, onde 51% dos eleitores republicanos o escolheram, enquanto DeSantis obteve 21%, e Haley 19% A campanha de Trump disse em um comunicado neste domingo que estava "honrado" com o apoio de DeSantis e apelou aos republicanos para se unirem em torno dele, rejeitando Haley.
Em nota, Haley alertou que os Estados Unidos "não são um país de coroações".
"Até agora, apenas um estado votou. Metade dos seus votos foram para Donald Trump, e a outra metade não (...). Os eleitores merecem opinar sobre se vamos pelo caminho de Trump e Biden novamente, ou se vamos por um novo caminho conservador", disse.
"Um homem e uma mulher"
Muitos republicanos haviam depositado suas esperanças em DeSantis, que aos 45 anos, era considerado por alguns como uma estrela em ascensão da direita. Mas sua candidatura, anunciada no final de maio, teve dificuldades para estabelecer-se como uma ameaça para Trump. Neste fim de semana, DeSantis já havia cancelado todas suas entrevistas televisivas, pressagiando sua decisão.
Criticado por sua falta de carisma, o ex-oficial da Marinha, foi eleito governador da Flórida em 2018, com o apoio de Trump. Desde então, se distanciou algumas vezes de Trump e ganhou notoriedade por posturas de extrema direita em educação, imigração e temas LGBT.
DeSantis aparece quase diariamente na imprensa para engajar-se em guerras culturais contra políticos, empresas e professores "progressistas" aos quais acusa de impor sua ideologia aos americanos. Suas iniciativas incluíram impor uma das leis mais restritivas do país em relação ao aborto. Ele Também se uniu a outros governadores republicanos no envio de emigrantes a cidades democratas do norte e leste dos Estados Unidos.
Haley vinha se abstendo de atacar as polêmicas em torno da candidatura de Trump, mas na última semana começou a questionar a sua saúde mental, fazendo comparações entre o antigo e o atual presidente e candidato à reeleição, o democrata Joe Biden, de 81 anos.
Em um evento em Seabrook, New Hampshire, a ex-embaixadora da ONU disse que DeSantis "fez uma grande corrida, foi um bom governador".
— Desejamos-lhe o melhor. Dito isto, agora resta um homem e uma mulher. Isso se resume a 'o que você quer'. Você quer mais do mesmo ou quer algo novo? — disse a ex-embaixadora.