O presidente russo Vladimir Putin prometeu, nesta segunda-feira (1º), "intensificar" seus bombardeios na Ucrânia, em resposta ao ataque ucraniano que deixou dezenas de mortos no sábado em Belgorod. A declaração ocorre quase dois anos depois da invasão russa da ex-república soviética, ocorrida em 24 de fevereiro de 2022.
— Intensificaremos os ataques, nenhum crime contra civis ficará impune, isso é certo. Os ataques serão realizados contra instalações militares — declarou Putin durante uma visita a um hospital militar.
Suas declarações ocorreram após um ataque no sábado (30) que deixou 25 mortos em Belgorod, a cerca 30 quilômetros da fronteira ucraniana.
Na sexta-feira, Moscou havia disparado mais de 150 mísseis e drones contra diversas cidades da Ucrânia, deixando em torno de 40 mortos e mais de 160 feridos, de acordo com as autoridades.
"Utilizamos armas de precisão para atacar centros de tomada de decisão, locais onde se reúnem soldados e mercenários e outros centros semelhantes, especialmente instalações militares", continuou Putin.
O presidente russo classificou o bombardeio contra Belgorod como um "ato terrorista" e acusou as forças ucranianas de atacarem "o centro da cidade, onde as pessoas passeiam na véspera do Ano-Novo".
Ele também enfatizou que "a Ucrânia não é um inimigo" e acusou o Ocidente de usar as autoridades de Kiev para "resolver seus próprios problemas" com a Rússia.
Putin garantiu, ainda, que as forças militares de seu país dispunham de uma "iniciativa estratégica" no front de batalha na Ucrânia, onde os soldados avançam mais a cada dia após o fracasso da contraofensiva de Kiev.
Ataques em Donetsk
O governador de Belgorod, Viatcheslav Gladkov, anunciou que uma menina de quatro anos que estava em estado "muito grave" acabou falecendo em decorrência dos ferimentos no ataque. Segundo ele, 109 pessoas ficaram feridas, das quais 70 permanecem internadas.
Além dos bombardeios dos últimos dias, outro ataque ucraniano à cidade de Donetsk, localizada na área controlada pela Rússia no leste da Ucrânia, deixou pelo menos quatro mortos e 13 feridos, anunciou nesta segunda-feira Denis Pushilin, que dirige a "república" de Donetsk. O funcionário afirmou que as forças ucranianas atacaram o centro deste reduto pró-Rússia com bombas de fragmentação.
"O objetivo do inimigo era causar o maior dano possível à população civil", declarou Pushilin no Telegram, afirmando que os ataques não tinham "sentido do ponto de vista militar".
Um jornalista morreu e outro ficou ferido, segundo serviços de resgate citados pela agência de notícias russa TASS. A cidade de Donetsk, no leste da Ucrânia, é controlada por separatistas pró-Rússia apoiados por Moscou desde 2014. Desde então, tem sido regularmente bombardeada pelo Exército ucraniano.
Esta ofensiva de Kiev danificou uma escola, edifícios residenciais, uma loja, um centro comercial e outros edifícios, informou o Comitê de Investigação Russo no Telegram.
A Ucrânia, por sua vez, afirmou ter enfrentado um ataque "recorde" com 90 drones russos na véspera de Ano-Novo. O ataque teve como alvo várias cidades, incluindo Odessa (sul) e Lviv (oeste), e deixou pelo menos um morto.
O Ministério do Interior ucraniano anunciou a morte de duas pessoas e disse que outra tinha ficado ferida em um ataque de drone a um edifício residencial na região nordeste de Sumy.