A Rússia acusou a Ucrânia de atacar áreas civis da cidade de Belgorod e de usar munição de fragmentação durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, realizada neste sábado (30) a pedido de Moscou. Ainda segundo a Rússia, o ataque deixou ao menos 18 mortos e feriu outras dezenas.
"Foi um ataque deliberado e indiscriminado contra um alvo civil", disse o embaixador russo na ONU, Vasili Nebenzya, ao explicar que Kiev atacou um centro esportivo, uma pista de patinação e uma universidade. Dois mísseis Vilkha e foguetes de fabricação tcheca foram usados no ataque, segundo a Rússia.
"Os membros do Conselho de Segurança da ONU têm a oportunidade de cumprir seu dever e avaliar os danos causados a uma cidade russa, Belgorod", completou, enquanto mostrava um QR code, que direcionava ao que, segundo ele, era um vídeo das sequências do ataque. Os aliados da Ucrânia reagiram rapidamente assegurando que a Rússia tinha desencadeado a guerra.
O representante francês afirmou que Kiev simplesmente estava se defendendo conforme as leis da ONU, enquanto Moscou estava "pisoteando" a Carta das Nações Unidas.
A Ucrânia, que há quase dois anos resiste à invasão russa e na sexta-feira (29) foi alvo de um enorme ataque russo com mísseis e drones, não comentou oficialmente o ataque a Belgorod.
A cidade russa fica a cerca de 30 km da fronteira com a Ucrânia e foi atingida em várias ocasiões pelo que Moscou considera "bombardeios indiscriminados das forças de Kiev".
"À medida que a guerra continuar, veremos mais civis ucranianos e russos mortos", considerou o vice-secretário-geral da ONU, Mohamed Khiari, ao advertir que havia "perigos muito reais de escalada e transbordamento desta guerra".
Imagens não verificadas mostraram uma rua cheia de escombros e fumaça saindo de carros queimados no centro da cidade, enquanto uma grande explosão pôde ser ouvida em gravações de câmeras instaladas em veículos, publicadas nas redes sociais.
A AFP não pôde comprovar de imediato as circunstâncias do ataque, um dos mais letais em território russo desde que Moscou iniciou as hostilidades contra a Ucrânia, em fevereiro de 2022.
* AFP