Sete em cada 10 salvadorenhos "concordam" que o presidente Nayib Bukele seja candidato à reeleição, enquanto seu partido lidera com 61,7% e ampla vantagem nas intenções de voto para as eleições de fevereiro, segundo uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (6).
Dos entrevistados, 69,9% "concordam" com a candidatura de Bukele, que é classificada como "inconstitucional" pela oposição, mostrou a pesquisa do Instituto Universitário de Opinião Pública da Universidade Centro-Americana (UCA).
Outros 24,3% "discordam", enquanto 5,8% "não sabem ou não respondem" à consulta.
Na semana passada, Bukele recebeu uma licença do Congresso por seis meses para lançar sua campanha de reeleição na votação de 4 de fevereiro. Ele é substituído por sua colaboradora Claudia Juana Rodríguez de Guevara, desconhecida para os salvadorenhos.
O amplo apoio popular a Bukele se deve à sua "guerra" contra as gangues criminosas, que trouxe tranquilidade à população, mas à custa de direitos civis limitados por um regime de exceção em vigor desde março de 2022, segundo grupos de direitos humanos.
Uma decisão polêmica da corte constitucional autorizou Bukele a concorrer a um segundo mandato consecutivo, embora a constituição salvadorenha não permitisse a reeleição.
Nas eleições de fevereiro, o Congresso também será renovado, passando de 84 para 60 deputados, por uma reforma também impulsionada por Bukele.
O partido de Bukele, Novas Ideias, lidera as intenções de voto, com 61,7%, enquanto o esquerdista Frente Farabundo Martí (FMLN) está em segundo lugar, distante, com 2,6%, e o direitista Arena em terceiro, com 1,5%, de acordo com a pesquisa.
FMLN e Arena dominaram a política salvadorenha após a guerra civil do país (1980-1992), até que Bukele conquistou seguidores nas eleições de 2019.
Outros seis partidos somados têm 2,3%, enquanto 14% afirmaram "não saber" em quem votar, outros 8,5% não expressaram preferência, 8% "não irão votar" ou votarão em branco, e 1,4% "anulará" o voto.
A pesquisa foi realizada entre 11 e 29 de novembro, com uma amostra de 1.512 pessoas em todo o país, e tem uma margem de erro de 2,53%.
* AFP