Um tribunal russo prorrogou, nesta sexta-feira (1º), a detenção da jornalista russo-americana Alsu Kurmasheva até 5 de fevereiro, anunciou o seu veículo de imprensa, a Radio Free Europe/Radio Liberty (RFE/RL).
"O tribunal de Kazan prorroga a detenção da jornalista da Radio Liberty, Alsou Kurmasheva, até 5 de fevereiro de 2024", escreveu o tribunal na rede Telegram.
Kurmasheva é a segunda jornalista de nacionalidade americana detida na Rússia em 2023, após a detenção, em março, de Evan Gershkovich, correspondente do Wall Street Journal que fazia reportagens na região dos Montes Urais quando foi preso.
A Promotoria acusa Kurmasheva de não ter se registrado como "agente estrangeira", já que a repórter trabalha para o veículo americano Radio Free Europe/Radio Liberty, financiado pelo Congresso dos Estados Unidos.
A figura do "agente estrangeiro", que lembra a classificação soviética "inimigo do povo", impõe às pessoas ou entidades em questão uma série de obrigações administrativas e um pesado controle financeiro. Kurmasheva pode ser condenada a até cinco anos de prisão. Seu empregador solicitou sua libertação imediata.
Grupos de direitos humanos consideram que a sua detenção ilustra o aumento da repressão na Rússia contra os veículos de comunicação independentes, observado desde que Moscou lançou a sua ofensiva contra a Ucrânia em fevereiro de 2022.
Alguns dos mais conhecidos críticos do presidente russo Vladimir Putin aparecem nessa lista de "agentes estrangeiros", como o vencedor do Prêmio Nobel da Paz e editor-chefe do jornal independente Novaya Gazeta, Dmitri Muratov.
* AFP