O grupo terrorista Hamas entregou neste sábado (25) 13 reféns israelenses e quatro estrangeiros ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), como confirmou o exército de Israel. Os reféns foram entregues às 23h em horário local (18h em Brasília) segundo a agência AFP. Em troca, 39 prisioneiros palestinos, incluindo mulheres e adolescentes menores de 19 anos, detidos em Israel, foram libertados.
De acordo com o jornal Times of Israel, os reféns israelenses libertados neste sábado são:
- Hila Rotem, 12 anos. Ela foi presa com sua mãe, Raya, 54 anos, que segue em Gaza. Ela estava no Kibutz Be'eri na manhã de 7 de outubro, quando houve o ataque terrorista. Inicialmente, ela conseguiu escapar de sua casa, mas foi encontrada em arbustos e sequestrada.
- Emily Hand, 9 anos. A menina tem nacionalidade irlandesa e israelense. Inicialmente, imaginou-se que ela estava entre os mortos ao ataque, mas a família foi informada que ela era uma das reféns. Também estava no Kibutz Be'eri, em uma festa do pijama. O primeiro ministro irlandês, Leo Varadkar, saudou a libertação de Emily.
- Noam Or, 17 anos, e Alma Or, 13 anos. Foram capturados pelos terroristas no Kibutz Be'eri, em 7 de outubro, ao lado do pai, Dror Or, 28, e do primo, Liam Or, 18 anos. Presume-se que ambos estejam em Gaza.
- Noam Avigdori, 12 anos, e sua mãe Sharon Avigdori, 52 anos. Foram sequestrados no Kibutz Be'eri com cerca de 10 membros da família. Vários deles foram mortos.
- Shoshan Haran, 67 anos. Foi levada de casa no Kibutz Be'eri em 7 de outubro. É cunhada de Sharon Avigdori. O marido, Avshalom Haran, que se presumia ter sido sequestrado, foi identificado entre os mortos em meados de outubro. Também foram mortos Lilach Kipnis, sua irmã, e seu cunhado, Eviatar Kipnis.
- Adi Shoham, 38 anos, filha de Shoshan Haran.
- Os netos de Shohan e filhos de Adi, Naveh, 8 anos, e Yahel, 3 anos, também foram libertados. O genro, Tal Shoham, continua refém.
- Shiri Weiss, 53 anos, e sua filha, Noga Weiss, 18 anos. Também foram sequestradas por terroristas do Hamas em sua casa no Kibutz Be’eri. Ilan Weiss, pai delas, ainda é refém em Gaza. O irmão de Ilan, Amir, e a cunhada dele, Mati, foram mortos.
- Maya Regev, 21 anos. Foi sequestrada com o irmão, Itai, enquanto tentava fugir da rave onde 360 pessoas foram mortas. Presume-se que Itai siga em Gaza, como refém.
Os sete reféns estrangeiros ainda não tiveram seus nomes divulgados. Sabe-se que quatro são tailandeses.
Impasse
Mais cedo, o Hamas havia atrasado a entrega de reféns e afirmado que Israel "não estava cumprindo a sua parte do acordo", o que foi negado por autoridades israelenses.
Na sexta-feira (24), um primeiro grupo de 24 reféns, 13 deles israelenses, foi libertado, em troca da libertação de 39 prisioneiros palestinos. Neste sábado, o processo foi marcado por dificuldades.
— Depois que o segundo grupo de reféns foi entregue ao CICV, o comboio foi parado em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, e não conseguiu partir para Rafah, a passagem fronteiriça com o Egito — informou à AFP uma fonte próxima ao Hamas.
O acordo, alcançado após várias semanas de negociações entre Israel e o movimento palestino, prevê a libertação de 50 reféns pelo Hamas e de 150 palestinos detidos em prisões israelenses durante quatro dias.
Inclui também uma trégua nos combates na Faixa de Gaza e a entrada diária de ajuda humanitária no território palestino.
Libertação de palestinos
Em troca, Israel libertou 39 prisioneiros palestinos na noite de sábado, todos mulheres e adolescentes menores de 19 anos, assim como os reféns libertados pelo Hamas, que são mulheres e crianças.
Na Cisjordânia ocupada, cenas de alegria acompanharam o retorno dos prisioneiros libertados, recebidos como "heróis" em algumas áreas, com fogos de artifício, bandeiras palestinas e do movimento Hamas. Em Jerusalém Oriental, ocupada por Israel desde 1967, as celebrações foram proibidas.
- Esperava o dia em que seria libertada da prisão e pudesse abraçar minha mãe - explicou à AFP Rawan Nafez Mohammad Abu Matar, de volta à sua casa perto de Ramallah, na Cisjordânia, e que foi condenada em 2015, aos 21 anos, a nove anos de prisão por tentativa de assassinato contra um guarda de fronteira israelense.
A trégua de quatro dias, prorrogável, obtida na quarta-feira por Catar, Estados Unidos e Egito, prevê a libertação de um total de 50 reféns israelenses, dos mais de 200 capturados em Gaza, e de 150 palestinos presos em Israel. Inclui também a entrada humanitária e de combustível em Gaza.