Os protestos de trabalhadores do setor têxtil em Bangladesh paralisaram as fábricas de gigantes do setor, incluindo confecções das marcas Levi's, H&M, Gap, Primark e Zara, afirmou uma dirigente sindical nesta sexta-feira (3).
Bangladesh é o segundo maior exportador de roupas do mundo, atrás apenas da China, e tem 3.500 fábricas que fornecem produtos para as principais marcas globais.
Mas os cerca de quatro milhões de trabalhadores do setor, a maioria mulheres, têm salários muito baixos, com um pagamento mínimo de 8.300 takas (cerca de 365 reais, na cotação atual) por mês.
Dezenas de fábricas foram saqueadas pelos grevistas e outras indústrias foram fechadas pelos donos para evitar atos de vandalismo.
Entre as fábricas fechadas há "muitas entre as maiores do país, que confeccionam roupas para quase todas as grandes marcas" ocidentais, declarou à AFP Kalpona Akter, presidente da Federação de Trabalhadores da Confecção e da Indústria de Bangladesh (BGIWF, na sigla em inglês).
A sindicalista mencionou marcas como Gap, Walmart, H&M, Zara, Bestseller, Levi's, Marks and Spencer, Primark e Aldi.
Pelo menos duas pessoas morreram durante a repressão aos protestos e dezenas ficaram feridas, segundo a polícia.
Os trabalhadores mobilizados exigem um salário mínimo de 23.000 takas (cerca de 1.000 reais), quase três vezes mais que o soldo atual, para fazer frente a um forte aumento do custo de vida.
A Associação de Fabricantes e Exportadores de Roupas de Bangladesh, que representa os proprietários das fábricas, propõe um aumento de 25%.
A polícia anunciou que mobilizará 3.000 agentes no sábado para que as fábricas possam reabrir em Gazipur, cidade industrial nas imediações da capital Dacca, onde foram registrados os protestos mais violentos.
* AFP