O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, afirmou, em carta ao colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, desejar um "trabalho frutífero e de construção de laços que consolidem o papel que Argentina e Brasil podem e devem cumprir" no cenário mundial. O texto foi entregue pela futura chanceler argentina, Diana Montino, ao chefe do Itamaraty, ministro Mauro Vieira, neste domingo (26).
Na carta, Milei convida Lula a comparecer a sua posse, em 10 de dezembro, em Buenos Aires.
Segundo o documento publicado pelo Estadão, Milei também ressaltou a ligação entre os dois países pela geografia e pela história, dizendo que, a partir disso, deseja "seguir compartilhando áreas de complementariedade a nível de integração física, comércio e presença internacional". O objetivo, prosseguiu, é alcançar, para ambos os lados, "crescimento e prosperidade".
A presença de Lula na posse é vista como improvável. Atacado por Milei durante a campanha argentina, o presidente deve enviar apenas um representante diplomático para acompanhar a cerimônia. Durante a disputa, o argentino chegou a dizer que não se reuniria com o presidente brasileiro porque ele seria corrupto e comunista.
Lula não se posicionou publicamento durante a campanha argentina, mas seu governo tinha maior proximidade com a gestão de Alberto Fernández, cujo candidato, Sergio Massa, foi derrotado. Após a eleição, Lula parabenizou as instituições argentinas pelo pleito e desejou êxito ao governo eleito, sem citar Milei.