Embaixador brasileiro junto à Autoridade Nacional Palestina na Cisjordânia, Alessandro Candeas anunciou neste domingo (5) que o governo do Egito não planeja divulgar nesta data novas listas de autorização de saída para estrangeiros e pessoas com dupla nacionalidade que tentam sair da Faixa de Gaza. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O motivo, segundo reportagem da Folha de São Paulo, foi o ataque da sexta (3) feito por Israel contra uma ambulância na Faixa de Gaza. Desta forma, as autoridades egípcias condicionaram a saída de estrangeiros à passagem segura dos feridos mais graves que estão sendo levados para hospitais no país.
Gaza está sob ataque das forças israelenses por conta da guerra com o grupo terrorista Hamas.
No sábado (4), em uma quarta lista de estrangeiros autorizados a sair da Faixa de Gaza, os brasileiros foram deixados de fora. Esta última lista teve um total de 599 cidadãos de diversas nacionalidades, incluindo 386 cidadãos dos Estados Unidos, 112 do Reino Unido, 51 da França e 50 da Alemanha.
Na quarta-feira (1º), a passagem de Rafah foi desbloqueada pela primeira vez desde o início do conflito, em 7 de outubro. Segundo as autoridades egípcias, os 7 mil cidadãos estrangeiros que solicitaram permissão para deixar Gaza serão liberados gradualmente, permitindo a saída de um grupo por dia - fluxo que foi interrompido neste domingo.
Com o escalonamento da guerra em Gaza, cada dia na região se torna mais perigoso. Enquanto isso, um grupo de brasileiros e familiares próximos, composto por 34 pessoas, aguarda pela autorização para sair do enclave após o governo brasileiro articular o repatriamento dos cidadãos.
Na sexta-feira (3), o governo de Israel prometeu ao Itamaraty que até a próxima quarta-feira (8), o grupo de 34 brasileiros retidos na Faixa de Gaza deixará o território palestino. A garantia foi dada pelo ministro de Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, ao chanceler Mauro Vieira.
Ainda conforme reportagem de O Estado de S. Paulo, o aumento de tensões entre Israel e o Hamas complica a saída dos estrangeiros. O governo do Hamas, que controla Gaza, suspendeu a saída de portadores de passaportes estrangeiros para o Egito. Segundo afirmaram autoridades da fronteira, a ordem do Hamas veio depois que Israel se recusou a permitir que alguns palestinos feridos fossem levados para hospitais egípcios.
— Nenhum portador de passaporte estrangeiro poderá deixar a Faixa de Gaza até que os feridos que precisam ser evacuados dos hospitais no norte de Gaza sejam transportados pela passagem de Rafah para o Egito — disse o funcionário da fronteira em condição de anonimato à AFP.
De acordo com o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), as operações terrestres israelenses no norte de Gaza continuam neste final de semana, com tropas e tanques supostamente cercando a cidade de Gaza de várias direções.
Dados da ONU indicam que ao menos 231 palestinos foram mortos em Gaza entre 3 e 4 de novembro, elevando o número de vítimas fatais desde o início das hostilidades para 9,4 mil, incluindo 3,9 mil crianças.