O líder da oposição na Polônia, Donald Tusk, disse que três partidos da coligação têm votos suficientes para vencer as eleições deste domingo (15) no país, após o instituto de pesquisas Ipsos ter projetado que tinham votos suficientes para destituir o partido conservador, atualmente no poder. Com a contagem ainda sendo feita, o conselho eleitoral afirma que espera ter os resultados finais até a manhã do dia 17 de outubro.
Apesar disso, Tusk declarou:
— Sou o homem mais feliz do mundo. A democracia venceu, a Polônia venceu.
No pleito, são eleitos os 460 deputados e 100 senadores que compõem o Parlamento da Polônia. Os mandatos duram quatro anos. Antes dos resultados finais, uma pesquisa de boca de urna é publicada. De acordo com este levantamento, os partidos da oposição juntos provavelmente têm 248 dos 460 assentos na câmara baixa, chamada Sejm. O partido conservador, Lei e Justiça, teria 200 cadeiras, enquanto o partido de extrema direita Confederação teria 12, segundo projeções.
Três partidos da oposição — Coligação Cívica, Terceiro Caminho e Nova Esquerda — competiram em conselhos diferentes, mas com as mesmas promessas de restaurar relações com a União Europeia. O líder do Lei e Justiça (atual partido no poder), Jaroslaw Kaczynski, reconheceu que havia incerteza em torno dos resultados.
Muitos poloneses consideram esta a eleição mais importante desde 1989, quando o comunismo entrou em colapso. O que está em jogo é a ordem constitucional do país, a posição oficial sobre os direitos LGBT+ e o aborto, além das alianças internacionais em um país que tem sido aliado crucial da Ucrânia após a invasão russa.
O Lei e Justiça obteve quase 44% dos votos em 2019, mas, nas últimas semanas, conta com apoio de pouco mais de 30% nas pesquisas, em meio à inflação elevada, alegações de corrupção e disputas com outros países europeus. O partido eliminou muitos obstáculos ao seu poder político para obter mais controle sobre as instituições estatais, como tribunais, meios de comunicação social e o próprio processo eleitoral.