O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) prossegue, neste domingo (15), com negociações para chegar a um acordo sobre um texto de resolução da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas. Mais de 4 mil pessoas morreram durante os nove dias do conflito.
Na sexta-feira (13), a Rússia enviou, aos membros do Conselho das Nações Unidas, um projeto de resolução que pede "um cessar-fogo humanitário imediato, duradouro e plenamente respeitado", assim como acesso à ajuda humanitária sem condições à Faixa de Gaza.
A proposta também condena toda violência e hostilidades contra os civis e todos os atos de "terrorismo" e pede a libertação de "todos os reféns" detidos pelo grupo islâmico. Não há, contudo, menção ao Hamas.
Os Estados Unidos, por sua vez, insistem que o Conselho de Segurança condene explicitamente os "atos terroristas odiosos" do movimento que atua na Faixa de Gaza. Conforme o embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, alguns Estados-membros se mostraram "positivos" em relação ao projeto de resolução, mas outros nem tanto, em uma reunião a portas fechadas na sexta-feira.
Após pedir aos demais membros que sugerissem eventuais modificações no texto, a Rússia solicitou ao Brasil, que preside o Conselho de Segurança este mês, que submeta a iniciativa a uma votação na tarde desta segunda-feira (16).
— Esperamos que a presidência brasileira confirme isso rapidamente — comentou o vice-embaixador russo na ONU, Dmitry Polyanskiy, na rede X (ex-Twitter) no sábado (14), acrescentando que a Rússia pediu aos demais membros da organização que apoiem o texto para "enviar um sinal claro às partes em conflito".
Para ser adotada, uma resolução precisa do voto positivo de pelo menos nove dos 15 membros do Conselho, e sem o veto de qualquer um dos cinco membros permanentes (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China).
Em paralelo à proposta russa, os brasileiros apresentaram outro projeto de resolução, modificado várias vezes. Nele, há menção explícita aos atos "terroristas" do Hamas, segundo fontes diplomáticas informaram à AFP.