A fronteira entre República Dominicana e Haiti permanecerá fechada até que os haitianos desistam de construir um canal para desviar água do rio Massacre, limítrofe, anunciou no domingo o presidente dominicano, Luis Abinader.
"As medidas permanecerão em vigor até que consigamos a paralisação definitiva do canal em construção", anunciou o presidente.
A decisão, recordou, inclui o "fechamento da fronteira terrestre, aérea e marítima com o Haiti, a proibição de entrada (na República Dominicana) dos promotores do projeto e o reforço da presença militar" nos limites territoriais.
Esta é uma "resposta contundente", destacou.
A crise diplomática acontece no momento em que as relações entre os dois países, que compartilham a ilha caribenha 'La Española', já enfrentam problemas devido à migração haitiana.
O presidente, que transformou a luta contra a imigração ilegal em uma das prioridades de seu governo, anunciou o fechamento da fronteira na quinta-feira (14) em represália pela construção do canal.
Este é um projeto de promotores privados com o objetivo de desviar a água para utilizá-la na irrigação de plantações.
Porto Príncipe reagiu ao fechamento da fronteira alegando que o Haiti "tem o direito soberano de decidir sobre a exploração de seus recursos naturais" e de "aproveitar" o curso da água.
Abinader insistiu no domingo que o rio Massacre, também conhecido como Dajabón, nasce em território dominicano e tem 55 quilômetros, incluindo nove quilômetros de fronteira e "dois quilômetros de território haitiano", onde o canal está sendo construído.
"O Haiti e sua falta de planejamento provocaram a destruição de quase todo o seu território", disse Abinader.
Haiti, o país mais pobre da América, enfrenta uma crise econômica e política de vários anos, agravada pela violência das gangues.
* AFP