Um grupo de homens armados atacou um hospital universitário no Haiti, nesta terça-feira (26), segundo um diretor da unidade, causando danos a uma unidade de tratamento infantil e deixando pacientes em "choque", mas sem provocar mortes neste último episódio de violência na nação caribenha.
Os agressores ocuparam o perímetro do hospital Mirebalais - um dos maiores do país - da meia-noite local até às 5h desta terça (de 1h a 6h em Brasília), declarou o médico Reginald Ternier à AFP por telefone.
"Pela manhã, constatamos buracos de bala na fachada de diversos edifícios" do hospital, que fica a cerca de 50 km da capital Porto Príncipe.
Segundo o Dr. Ternier, uma unidade de cuidados intensivos para recém-nascidos também foi atingida pelos disparos, e cápsulas de munições de grosso calibre foram encontradas no local.
Nenhuma morte ou ferimento de bala foi registrado após o ataque, mas Ternier relatou que as pessoas que buscavam atendimento no hospital ficaram traumatizadas.
"Pacientes, residentes e funcionários presenciaram o ataque no meio da noite. Eles estão em choque", apontou.
"É difícil entender os motivos por trás desse ataque. Recebemos pacientes de todas as esferas da vida, independentemente de sua posição social, filiação ou atividades. Oferecemos assistência médica a todos", acrescentou.
Grupos armados tomaram o controle de grandes partes do território do Haiti, o país mais pobre do hemisfério ocidental, na esteira de uma crise política, econômica e sanitária.
Mais de 2.400 pessoas morreram na onda de violência desde o início deste ano, segundo as Nações Unidas.
Durante meses, houve apelos para a intervenção de uma força internacional. No início deste mês, os Estados Unidos disseram que até uma dúzia de países ofereceram ajuda e próprio governo americano prometeu assistência logística.
O Quênia se ofereceu para liderar a força internacional com a contribuição de 1.000 agentes de segurança, enquanto Jamaica, Bahamas e Antígua e Barbuda manifestaram vontade de participar. Contudo, ainda deve levar meses até que essa força seja materializada.
Homens armados com fuzis automáticos também atacaram Saut d'Eau, um vilarejo não muito longe de Mirebalais, na sexta-feira.
A administradora da localidade, Ruth Thelus, disse à rádio Magik 9 no domingo que 11 pessoas foram mortas pelo grupo, que também deixou dezenas de feridos e incendiou diversas casas.
Saut d'Eau também teria sido alvo de um novo ataque nesta segunda-feira, mas não há mais detalhes sobre possíveis vítimas.
* AFP